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Opinião
24/05/2019 - 07h34
Ouro de tolo e outras quinquilharias
Dartagnan da Silva Zanela
 

Toda história tem, no mínimo, dois lados. Duas versões, no mínimo, toda história tem.

Se uma pessoa nos apresenta apenas uma versão dum acontecimento, isso não significa, necessariamente, que ela esteja querendo de engambelar.

Na maioria dos casos é a versão que a pessoa acredita ser verossímil e, de boa ou má fé, está lhe vendendo como sendo “a história”.

Agora, se somos daquele tipo de cidadão que se considera a “fina flor da criticidade”, nós teríamos o dever grave de procurar conhecer o maior número possível versões, interpretações e de relatos sobre os fatos que são apresentados; inclusive os detalhes que não contados a respeito de todo e qualquer causo.

Parêntese: essa seria uma obrigação todinha nossa e não daqueles que estão nos comunicando uma das versões sobre os fatos. Fecha parênteses.

Infelizmente, muitos de nós acreditam mesmo que as pessoas, que representam os interesses de grupos de pressão, que militam em prol duma ideologia ou partido político, teriam a obrigação de nos contar todas as minúcias sobre os acontecimentos.

Sim, em princípio deveriam, por um dever de consciência, mas, como todos nós muito bem sabemos, se um indivíduo representa os interesses dum grupo e procura orientar suas ações com base nos ditames duma ideologia, isso significa que esse dever acabou sendo segundado, ou transubstanciado, em sua vida, bem como os juízos de sua consciência.

Doutra parte, meu caro Watson, nós também temos o dever de consciência de procurar conhecer a verdade sobre os acontecimentos, mesmo que nos cause dor e amargor. Ah! Como temos.

Agora, se somos daqueles que por preguiça, cognitiva e moral, preferimos simplesmente aderir a uma versão que mais nos agrada, ou àquela que parece ser a que rende uma imagem de pessoa sabida e crítica, tal impostura será de sua inteira responsabilidade e refletirá o torpor em que se encontra o seu caráter.

Trocando em miúdos, a ignorância amorosamente cultivada por nós é todinha nossa e de mais ninguém.

Gostemos ou não, nós a desejamos com todas as forças de nossa alma achando que estávamos sendo espertos e, como dizem, fazendo um baita negócio. Pois é. E que negócio. Fazer pose de gente crítica para não tomarmos consciência do quão otário somos.

Diante disso, o que nos resta é uma xícara de café.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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