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SEÇÃO
Crônicas
14/06/2019 - 07h13
Palavras vãs
Rangel Alves da Costa
 

Não. Assim não. Não é por que a vida é curta, passageira e inesperada, cheia de surpresas aterradoras, que devemos vivê-la pelo lado da ilusão, da falsa felicidade, do que é forjado aos sentimentos.

Não é por que ninguém sabe se amanhã estará bem que o hoje deve ser transformado em festim, em exagerada curtição, em entrega ao álcool e outras ilusórias viagens. Não é por que o amanhã é uma caixinha de surpresas que todos os experimentos do mundo devem ser chamados agora.

Não é por que a morte poderá chegar a qualquer momento que a todo instante há de se viver pela pecaminosidade, depravação e desonra pessoal. Não é por que a juventude chama à festa, à bebida, aos exageros, que a pessoa deva ultrapassar seus limites. Não é por que se deseja mostrar o ímpeto esfuziante da idade que se tenha de mostrar a nudez moral.

Não é por que alguém sempre faz assim que se tenha de seguir o rebanho. O mundo pode acabar amanhã para uns, mas o nome permanece segundo foi semeado. E se o mundo não acabar amanhã, como o mal semeado agora vai sendo colhido? Quanto vale no futuro uma desonra já semeada na flor da idade? Qual o respeito de manhã numa pessoa que não se respeita agora? Será que mais tarde, acaso constitua família e tenha filhos, terá coragem de dizer o que de mais impuro e pecaminoso fez no passado?

Certamente não dirá, mas o passado é livro que continua sendo aberto, e quanto mais erros houver mais suas folhas serão avistadas e relembradas. Que bebam, que curtam, que vivam a idade, que cantem, que dancem, que namorem, que fiquem. Mas lembrem de que nada termina agora, nada é somente para o hoje. O amanhã é tudo.

Para o bem ou para o mal, o amanhã será sol que sempre vai nascer. E que tal neste amanhã não temer ou se envergonhar de olhar para o passado? Não há pretensão alguma que o jovem se torne casto, fechado em redoma ou que deixe passar sua idade sem buscar as alegrias da vida. Nada disso.

O mundo moderno acabou destruindo a maioria dos hábitos de vida, mas no passado também havia juventude, mocidade, idades viva flor. E a maioria das pessoas sobreviveu sem que tivesse que se entregar aos mundanismos e às depravações. Talvez seja somente uma questão de consciência, de escolha própria. Mas com tantas alternativas, que tal optar por aquelas que permitam o encontro com as alegrias que não sejam forjadas pelos vícios, fugas ou exageros?

Mas nem tudo está perdido, eis a verdade. Ao invés de esquinas e baladas, muitos jovens optam pela religião, pela igreja. Ao invés de estarem requebrando ao som de paredões, alguns jovens preferem a prática de ações sociais, convivendo e dialogando com parcela sofrida da população. Ao invés de mesas de barzinhos ou farras de finais de semana (ou todo dia), alguns jovens preferem seus quartos, suas calçadas, tendo ao lado um afazer comum ou um bom livro.

Por isso que nem tudo está perdido. E o que acostumou na obscuridade ou no fazer perverso a si mesmo, sempre poderá retornar ao lado melhor da vida: realmente viver, sem mentiras nem ilusões!


Nota do Editor: Rangel Alves da Costa é poeta e cronista. Mantém o blog Ser tão / Sertão (blograngel-sertao.blogspot.com.br).

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