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Opinião
20/06/2019 - 08h00
Oceano de possibilidades
Diversos (*)
 
(*) Malu Nunes, Ronaldo Christofoletti e Vinicius Grunberg Lindoso

Quando falamos de oceano, costumamos ser levados a momentos de alegria e bem-estar, como mergulho entre as ondas, caminhadas à beira da praia, brincadeiras na areia ou viagens. Contudo, os oceanos nos oferecem benefícios que vão além da zona costeira, em uma rede socioambiental, cultural e econômica que está atrelada ao nosso cotidiano. É por essa razão que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o período de 2021 a 2030 como a Década dos Oceanos, com o objetivo de ampliar a cooperação internacional em pesquisa para promover a preservação dos mares e a gestão dos recursos naturais de zonas costeiras.

A maior parte da biodiversidade do planeta está no oceano, que nos oferece inúmeros recursos para o modelo de vida que temos hoje, como lazer, pesca, petróleo e energias renováveis. Na área da saúde, pesquisas revelam que a proximidade com o mar atua na prevenção de doenças e na promoção do bem-estar. Reconhecer a variedade e a importância dos serviços ecossistêmicos marinhos nos traz maior clareza sobre como somos beneficiados pelos mares.

O oceano também regula o clima do nosso planeta - tanto na zona costeira como nas áreas continentais -, sendo um dos principais responsáveis por isso. Alterações nas condições oceano-climáticas geram efeitos ambientais e socioeconômicos. Provocam o aumento de eventos climáticos extremos, variações de temperatura, a prolongação de períodos de seca e chuvas, o aumento do nível do mar e a acidificação dos oceanos.

Contudo, a exploração desses serviços nem sempre se dá de forma sustentável e gera múltiplos impactos. A ponta desse iceberg é o acúmulo de lixo no mar, que mostra como as ações humanas podem degradar o ambiente. A poluição marinha ainda inclui tudo o que vai para o esgoto sem o devido tratamento, como medicamentos e produtos de limpeza, além de derramamentos de óleo e compostos químicos. Somam-se a esse cenário a sobrepesca comercial, a ocupação irregular da região costeira, a destruição de habitats e o turismo desordenado.

A pesquisa, muitas vezes reconhecida apenas como geração de conhecimento, tem papel essencial na formação de cidadãos conscientes. Da mesma forma, a oceanografia e outras ciências devem ser usadas pelo poder público como subsídio para políticas públicas e tomada de decisão em busca do desenvolvimento sustentável.

Devemos incorporar novos hábitos, além de propor e acompanhar mudanças. Quando somadas, pequenas ações locais vão gerar impactos positivos em escalas nacionais e globais, garantindo o oceano que precisamos para o futuro que queremos.


Nota do Editor: Malu Nunes é engenheira florestal, mestre em Conservação e diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Ronaldo Christofoletti é biólogo, doutor em Zootecnia, professor da Universidade Federal de São Paulo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza. Vinicius Grunberg Lindoso é coordenador de comunicação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO.

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