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Opinião
24/06/2019 - 07h09
Dinheiro, um mito em extinção
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Todos nós, ao longo da vida, ouvimos as mais incríveis histórias (verdadeiras ou fantasiosas) sobre o dinheiro. Ter muito dinheiro, foi o sonho mais acalentado pelas crianças desde o dia em que tomaram conhecimento de que com aquelas cédulas ou moedas se adquire os doces, brinquedos e praticamente todos os produtos que facilitam a vida. Além de Tio Patinhas, o personagem infantil que possui uma fortuna dentro de uma caixa forte e “nada” no dinheiro, tivemos acesso a casos mais próximos de indivíduos de baixa cultura que, em vez de aplicar ou depositar no banco, guardaram o dinheiro dentro ou debaixo do colchão e perderam tudo porque a inflação corroeu o poder de compra.

O avanço da tecnologia e das comunicações, no entanto, está expulsando o dinheiro de nosso dia-a-dia. Embora o mercado ateste que 52% das vendas no comércio ainda sejam pagos com dinheiro vivo, estima-se que 70% dos pagamentos gerais se processem por transferências eletrônicas em diferentes formatos (cartão, documentos, ordem bancária etc.) e a tendência é que isso se estenda, cada dia mais, às transações de menor valor. Exemplos claros são os cartões do sistema de transportes, dos programas sociais e outros que disponibilizam serviços e são pagos previa ou posteriormente. Até nas feiras-livres encontramos boa parte dos vendedores recebendo por cartão de débito ou crédito. Ninguém é capaz de prever, com segurança, quando o dinheiro deixará de circular, mas muitos estimam que isso poderá ocorrer em 20 anos, quando praticamente toda a população estiver integrada aos meios eletrônicos e similares.

Diz a história que o dinheiro surgiu no território onde atualmente é a Turquia, no século VII a.C., onde foram cunhadas moedas rudimentares que receberam valor na troca por mercadorias. Com o passar do tempo foi tomando formas e aperfeiçoamento até chegar ao estágio atual de cédulas e moedas garantidas pelos governos e reguladas pelo mercado. Ao mesmo tempo que exerce verdadeira mística sobre as pessoas, esse material traz como inconvenientes o custo de manutenção, possibilidade de contaminação e transmissão de doenças, a necessidade de transporte e, principalmente, a insegurança. Os assaltos, hoje conhecidos como saidinha de banco, são testemunhas disso. Também servem à corrupção, como demonstram as malas de dinheiro ilícito e os maços de notas apreendidos na cueca e em outros lugares improváveis de transporte e guarda.

A disseminação dos processos computadorizados, além de servir à circulação dos valores sem a movimentação física de dinheiro, também se prestam à fiscalização da licitude dos pagamentos e recebimentos. Quanto mais se aperfeiçoa a tecnologia, torna-se mais difícil esconder dinheiro. Essa talvez seja uma das fortes razões para que, num tempo não muito distante, cédulas e moedas se tornem peças de museu destinadas apenas a contar a história das relações comerciais entre governos, empresas e indivíduos que, a partir de então, farão suas transações pelos cartões, hoje conhecidos como “dinheiro de plástico” ou mediante simples ordens de transferência da conta de quem paga para a do recebedor. No lugar do dinheiro físico restará o virtual, cercado de grande esquema de segurança contra ladrões, corruptos e outros malfeitores...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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