Às vésperas do referendo do desarmamento, ainda não li nada a respeito da fundamentação desta proposta que fosse convincente. Todas as alegações pró-proibição da comercialização de armas trata do assunto como se toda a população estivesse armada, como se o acesso e o porte de armas de fogo fosse simples e fácil, de modo que todo jovem, principalmente os "excluídos" e o cidadão pudesse adquiri-la, a preços módicos, no primeiro camelô da 25 de Março ou da Ladeira. Como se as lojas, exibissem em suas vitrines metralhadoras israelenses, fuzis HK, M16, pistolas Colt e lança granadas e, abastecessem formalmente, com nota fiscal e certificados de garantia, o crime organizado ou o criminoso premeditado. Quais serão os reais interesses dos lúcidos, que vêem na comercialização oficial de armas e seu porte responsável, por cidadãos de bem em sua defesa e de sua família como fator gerador de violência? Quais interesses dos que emitem e defendem opiniões que vulgarizam o conceito que todo jovem carente portará arma (comprada em loja?) e será um futuro criminoso? O crime organizado não compra armas em lojas, muito menos sujeitam-se as exigências e trâmites legais do porte. A violência não está ligada as armas de fogo (irregulares) conforme querem nos enfiar goela abaixo. A violência que estamos sujeitos é devida a incompetência na proposta séria da criação e da execução de políticas públicas de segurança, educação e inclusão social. Chega de enganação. Chega de distrair o povo. Chega de propostas para desviar a atenção dos rumos do nosso desgoverno. Chega de transferir à população a responsabilidade dos governantes. Chega de desmandos. CPIs e referendos custam fortunas aos esfolados contribuintes. Já não chegam todas as malas que vimos e todas as demais que não vimos? Assisti-los, cínicos, nas transmissões da TV, ouvir suas mentirosas "explicações" (amparadas por Hábeas Corpus) vê-los, ao vivo fortemente escoltados, transitando assim calmamente pelos aeroportos, arrastando suas pesadas "malas" de milhões (seriam fundos para ações beneméritas de distribuição de renda?) (dinheiro para o fome zero?) é, na verdade o que endossa a violência e indigna todos nós os excluídos (de suas listas de agraciados). Utilizar artifícios ilegais e criminosos para chegar ao poder (ou se eleger) ensina e justifica estes seus meios. Voltando ao referendo, até mesmo um idiota sabe que, um faminto, não roubará uma, que seja, das malas do mensalão mas, matará com as próprias mãos, por um pedaço de pão.
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