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Na década de 40, quando meu avô Joaquim Puertas, chegou no bairro de São Francisco da Praia, São Sebastião, SP, havia na sua propriedade, de frente para a estrada, um pé de tamarindo que nos acompanhou por longos anos. Um dia, já em 1980, durante uma tempestade essa árvore foi atingida por um raio e amanheceu queimada e cortada ao meio. A Prefeitura acabou cortando o resto, uma vez que colocava em risco as pessoas que passavam na calçada da Praça Guilherme Tavares (meu tio Baiano). Nesse dia, presenciei a retirada do tronco e peguei um pedaço da madeira, dividi em partes iguais: uma para a avó Josepha, e uma para cada tio vivo. Escrevi com pirógrafo as datas da chegada e a do dia da queda. Fui pessoalmente entregar para todos eles. O tamarindo é uma vagem, e sua polpa tem um sabor peculiar, algumas pessoas não gostam, mas para nós tem sabor da infância. Muito tempo depois, meu tio Raul, voltou a plantar um pé de tamarindo no mesmo lugar, agora ele já está dando frutos!
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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