23/04/2024  11h25
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
21/08/2019 - 07h00
Realinhar universidade e comunidade
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Por mais incômodo que pareçam aos integrantes da comunidade acadêmica, é interessante o novo formato que o governo federal pretende implantar para o custeio das universidades. Privilegiar com mais recursos aquelas que apresentam melhor desempenho em indicadores como governança, inovação e empregabilidade, pode significar levá-las ao encontro da sociedade que, via impostos, as sustentam. É a forma de devolver à comunidade os investimentos, através de mão de obra qualificada e serviços que alavanquem o progresso e tornem melhor a vida de cidadão. Necessário se faz, ainda, atualizar os currículos e matérias de acordo com as necessidades do mundo globalizado. Certos saberes hoje cultivados são muito específicos, acabaram perdendo o interesse geral e devem ser substituídos por novas demandas, especialmente as do campo tecnológico.

Há muito se critica o divórcio entre universidade e comunidade. Diz-se que a realidade vivida e transmitida ao alunado dentro dos campi normalmente não condiz com a da sociedade onde estão inseridos e que um enorme fosso impede que se aproximem e possam interagir e melhorar o quadro geral, principal razão de criação das escolas. Por mais mirabolantes e revolucionárias que sejam as pesquisas e os saberes contidos no ambiente universitário, eles pouco valerão se não tiverem como destinatários o desenvolvimento do país e o bem-estar da população. Quando não têm essa ligação, servem apenas para alimentar a vaidade e crescer o umbigo de seus operadores e, ainda, consomem os recursos que melhor poderiam ser aplicados na solução de problemas comunitários.

A universidade é necessária. Foi dela que saiu boa parte dos homens e mulheres que fizeram e ainda fazem a diferença nos importantes setores da sociedade. Desde o seu princípio, o alunado teve algum tipo de participação política, mas as instituições não se descuidavam do principal: o ensino e a qualificação. Nos momentos de supervalorização democrática - onde tudo se dizia resolver com democracia - ocorreram as distorções e muitas instituições restaram aparelhadas ideologicamente e até perderam de vista a verdadeira finalidade educativa. Serviram, inclusive, para acomodar militantes que pouco ou nada produziram para a educação e o ensino. Daí a crise tornou-se inevitável e se agravou quando os governos deixaram de investir no ensino básico e médio pra priorizar a universidade, mesmo que inviáveis.

Hoje a grande tarefa é promover o reencontro da finalidade de ensino com as necessidades da comunidade, além de evitar que a atividade política, em vez de simplesmente trazer consciência crítica aos alunos, ocupe o lugar do ensino. É preciso parar com a formação de militantes em lugar de advogados, engenheiros, médicos, professores e outros profissionais que o mercado necessita.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.