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Opinião
30/07/2005 - 13h00
Do crédito consignado
José Nivaldo Cordeiro - MSM
 

Fui o primeiro e único a escrever, por algum tempo, sobre o crime que se cometia contra a economia popular dos que vivem de aposentadorias e pensões do INSS, bem como os funcionários públicos, ao se permitir o desconto em folha de pagamento do tal crédito consignado. No governo FHC pude testemunhar o mal que tal expediente fazia, especialmente às pessoas mais pobre, mais simples, incapazes de julgamentos financeiros mais sofisticados. Em boa hora aquele governo vetou tais descontos de créditos consignados no SIAPE, seu sistema de folha de pagamento, salvando as famílias das garras dos agiotas mais despudorados. Uma medida sensata de largo sentido público.

A coisa é simples: o desconto praticamente transforma o risco de agiotagem em risco soberano, mas a taxa de juros cobrada continua sendo a de agiotas. Ora, só o governo que cobra impostos e os eleva anualmente é capaz de enfrentar esse "sócio" em suas contas. Uma pessoa pobre, responsável por uma família, se entrar na roda-viva do endividamento quebra em pouquíssimo tempo, não sobrando dinheiro para comer exceto se recorrer ao expediente do calote, cujo risco está embutido nas exorbitantes taxas de juros. O desconto em folha veda-lhe o legítimo direito de não pagar aquilo que não cabe no seu minguado orçamento.

Quando os próceres do PT anunciaram como uma política púbica tal medida eu a debitei à inexperiência administrativa, à incultura econômica, sabendo que em pouco tempo isso se voltaria como bumerangue contra o próprio governo, não sem antes causar um enorme estrago nas finanças das famílias pobres "contempladas" com tal benefício. Isso significa a transferência de milhões de Reais da população pobre para a conta dos agiotas, muito dinheiro. Achei que os grandes bancos estariam à frente da concessão desse tipo de crédito, o que seria da ordem natural das coisas. Nunca me passou pela cabeça que a maquinação da comunalha petista chegasse ao requinte de planejar para dar monopólio desse tipo de mercado sujo a seus parceiros bancários - BMG e Rural - os mesmos que recheavam as malas de dinheiro para pagamento do "mensalão" e outros pagamentos suspeitíssimos que estão vindo a público, como os cartões de crédito de familiares de poderosos.

É aqui que se vê a prática do mal em plenitude, transformada pela propaganda mentirosa em benefício ao público. O ato de governo feito de caso pensado contra a maioria em favor de uma minoria de parasita. O mal tornado bem pela propaganda mentirosa. Como se vê, jamais houve boa fé dessa gente cínica, nenhum resquício de benevolência e sentido de proteção aos cidadãos, mormente os mais simples, que sempre se espera dos agentes públicos. Pura maldade.


Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é economista e mestre em Administração de Empresas na FGV-SP.

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