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Opinião
05/10/2019 - 06h09
O fracasso de todos os dias
Mayron Régis
 

Uma palavra proferida no momento certo diz muito sobre a realidade circundante. É difícil escapar a sensação de fracasso que assola o cotidiano. Talvez algum feito heroico ou alguma conquista do dia a dia configurem sucessos. Por pouco tempo.

Por pouco é sempre pouco “Estamos quase sempre otimistas / tudo vai dar quase certo / pois o ano esta quase acabando / depois de termos quase certeza / ... / por pouco não trouxemos o penta...” (Por pouco, Mundo Livre).

A letra de “Por pouco” estrutura situações dispersas na memória coletiva as quais a sociedade brasileira deseja esquecer porque significam fracassos. As músicas do Mundo Livre releem a história e a cultura brasileiras através dos fracassos sociais que o Estado brasileiro institucionalizou como por exemplo o samba que a ditadura de Getulio Vargas elegeu maior expressão cultural brasileira num claro processo de apropriação.

Pode-se dizer que o Estado brasileiro em todas as suas facetas e esferas fracassou em seu projeto de dar coesão social ao Brasil e fracassou em responder e corresponder as demandas por politicas públicas da sociedade. O fracasso em não atender questões estruturantes e estruturais exigidas pela sociedade corresponde ao atendimento de questões não urgentes do ponto de vista social e econômico.

A apropriação da cultura pelo Estado brasileiro e a reelaboração dessa cultura por grupos econômicos com aval desse mesmo Estado desvia a atenção da sociedade do que realmente importa para o que menos importa. Construiu-se uma imagem quase inesgotável que o maranhense é receptivo solicito e educado. 

Nenhuma generalização pretende chegar a verdade. A generalização qualquer que seja é uma forma de encobrir as verdades desagradáveis que vicejam. Quem nunca escutou a expressão antiga “ela é pretinha mas é educada”. Ou seja, o preconceito racial e social enraizado só é refreado pelas boas maneiras e pela boa educação.

Então, como o maranhense é bem-educado dentro de um certo prisma ele deve seguir as boas maneiras e não receber mal suas visitas mesmo que elas venham com grosserias e com violência.

O que é o avanço das monoculturas sobre as florestas maranhenses se não atos de grosseria e de violência por parte de setores majoritários economicamente com aval do governo do estado so que reelaborados através do discurso de olha como os maranhenses são bonzinhos bem educados e bem-dispostos? 

Os plantadores de soja (família Intronivi e Strobel) que compõem o conselho da área de proteção ambiental Morros Garapenses ao serem denunciados pelo desmatamento da Chapada do Brejão em Buriti responderam que não mereciam tais denúncias porque se sentiam maranhenses.


Nota do Editor: Mayron Régis, colaborador do EcoDebate, é jornalista e assessor do Fórum Carajás. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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