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SEÇÃO
Crônicas
31/07/2005 - 07h15
Veredas e utopias
Helena Sut - Agência Carta Maior
 

"Uma vez transporto o portal, o herói percorre uma paisagem onírica de formas curiosamente fluidas, ambíguas, onde deve sobreviver a uma sucessão de provas." Joseph Campbell

Debate sobre os movimentos sociais. Auditório cheio. Bandeiras dos movimentos, símbolos e mitos balançam entre faixas de partidos. A presença do público e a expectativa em cada olhar são janelas para os horizontes das esquerdas, o fortalecimento dos movimentos sociais e a reflexão necessária e dolorida da crise política que se alastra na sociedade.

Os primeiros pronunciamentos limitam-se às verdades exauridas e à camuflagem da realidade com golpes e conspirações. As palavras arrebatadas contagiam grande parte do público com meias-verdades. É bom prorrogar o sono nas manhãs frias, mas despertar de repente e não encontrar um chão real pode ser temerário... Outros militantes, alicerçados na formação ideológica, tentam encontrar rumos independentes do contexto político. Talvez a reflexão silenciosa que origina ações coesas nos solos redescobertos...

Os discursos mais acalorados parecem mensagens alucinadas de pastores à beira do juízo final ou contos de fadas para crianças sonolentas que não percebem a maldade de alguns personagens distantes do bem e do mal estereotipado como, por exemplo, o pai que abandona João e Maria na floresta, o rei que se omite diante das perversidades da madrasta de Branca de Neve...

Não são apenas as caricatas bruxas que são malvadas, são todos os seres diante de seus contextos e fragilidades... Como as crianças, os adultos também têm dificuldade de perceber a realidade sem o maniqueísmo que simplifica as narrativas humanas.

Novas teorias de conspiração ganham força, infelizmente mascarando o desfile disperso de um rei nu. Talvez ninguém grite a verdade e o nobre termine o itinerário diante dos olhares apáticos de seus súditos ou, quem sabe, um bisturi extirpe o mal que gangrena a indignação no corpo do medo e da perplexidade e possamos recuperar os movimentos autênticos com um posicionamento do rei revestido.

Quando os indivíduos entregam-se à devoção dos mitos é quase impossível deparar-se com a existência humana. O discernimento é corrompido e os julgamentos viciados.

Fogem as palavras... Resta o olhar de vivências do trabalhador rural, o pensamento indignado do professor universitário, os traços de esforço do sindicalista... Resta a constante luta por uma sociedade justa, pela soberania nacional, pela reforma agrária, pela educação, pela dignidade dos brasileiros... A força dos movimentos sociais está além das conjunturas políticas, está na garra do povo que persiste nas veredas cotidianas enquanto queimam as utopias...

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