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Opinião
24/10/2019 - 06h27
O Prêmio Nobel: o presente e o futuro?
André Frota
 

Ao longo de mês de outubro de cada ano, as comissões de avaliação do Prêmio Nobel divulgam os resultados dos ganhadores anuais, seja do campo da economia, da literatura, da paz. Em 2019 o primeiro ministro da Etiópia Abiy Ahmed Ali foi agraciado com o Nobel da Paz como reconhecimento pelo avanço nas negociações com a Eritreia, estacionadas desde o acordo de Argel, quando se estabeleceu uma trégua armada entre ambos os países. Os esforços do atual primeiro ministro permitiram uma retomada na implementação do acordo e, por isso, os organizadores do prêmio decidiram entregá-lo.

Já o Prêmio Nobel de Economia, entregue ao trio formado por Abhijit Benerjee, Ester Duflo e Michael Kremer, gratifica os estudos desenvolvidos sobre como avaliar a eficácia das políticas públicas. Os pesquisadores inovam ao evidenciar a necessidade de se adotar uma metodologia que incorpora ferramentas de controle estatístico para melhorar a performance de políticas sociais. Em grande medida, os autores desfazem mitos e caricaturas sobre como a extrema pobreza é compreendida, tanto pela classe política, quanto pelos demais estratos da população.

Por fim, o Nobel de Literatura, dado de forma tardia à polonesa Olga Tokarczuk devido aos problemas na comissão de 2018, e ao austríaco Peter Handke, ganhador do prêmio de 2019. As obras da escritora, tais como O Primevo e Outros Tempos (1997) e A Casa Noturna, a Casa Diurna (1998), apontam para um olhar transformador, humano e, em especial, observado pelas lentes de uma mulher. Seja da escritora, seja de suas personagens, suas obras evidenciam a necessária sensibilidade, acompanhada da força transformadora e sempre em movimento dos indivíduos no tempo. Já o austríaco e ganhador de 2019 tem na dramaturgia sua principal contribuição. Roteirista de filmes como Asas do Desejo (1987), Handke tenta romper com a aparente divisão entre literatura e realidade, idealização e materialidade.

Em conjunto, os três prêmios que aglutinam o campo das humanidades, paz, economia e literatura divulgam para o mundo um conjunto de valores que esses indivíduos simbolizam. O horizonte do diálogo, como base para a paz; o raciocínio, orientado pelas evidências, como base para eficácia de políticas sociais; a sensibilidade transformadora e a fusão entre o mundo imaginário e o mundo real, como base para um cotidiano de maior liberdade. Enfim, os ganhadores do Nobel são e representam o presente, mas inspiram o futuro.


Nota do Editor: André Frota é professor dos cursos de Relações Internacionais e Ciência Política e membro do Observatório de Conjuntura do Centro Universitário Internacional Uninter.

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