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Opinião
29/10/2019 - 06h06
A tecnologia e a Segurança Pública
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Será um avanço a instalação de 220 novos radares inteligentes que se somarão aos 548 já existentes nas rodovias paulistas, câmeras de reconhecimento facial nas estações do Metrô e a adoção de 208 drones silenciosos para vigilância, empreendimentos onde o estado de São Paulo está investido R$ 80 milhões, além do treinamento e adaptação de equipes policiais e dos setores de infraestrutura. Utilizando a tecnologia, o Estado deverá atuar de forma mais eficiente, combater o crime e, principalmente, evitar as ocorrências e o confronto. A facilidade das câmeras e sistemas informatizados que a cada dia agregam mais funções, deverá garantir a presença da Lei em pontos onde ela nunca chegou. Entramos num tempo que, décadas atrás, era mostrado apenas no cinema, como ficção científica.

É de fundamental importância reconhecer a mudança do perfil social e tecnológico. A política de segurança não pode mais ser a mesma dos primórdios, por mais eficiente que fosse na época, porque as variáveis de hoje são totalmente diversas daquelas. O simples acesso ao veículo veloz, comunicação instantânea, rodovias abundantes e de boa qualidade e a uma gama de produtos tecnológicos, diminui o grau de segurança na medida em que os criminosos utilizam tanto recursos lícitos quanto ilícitos e o poder oficial só pode aplicar os legais. A falta de investimento, crônica nos governos ao mesmo tempo em que esquemas de corrupção drenavam dinheiro público para fins eleitorais e até de enriquecimento ilícito, favoreceu o crime e dificultou a ação dos seus combatedores, especialmente as polícias que, além da questão econômica, ainda padeceram das políticas equivocadas que protegeram o criminoso e penalizaram os policiais.

Os equipamentos em contratação serão capazes de reduzir o número de roubos de cargas, ataques a caixas eletrônicos, bancos, carros fortes e transportadores de valores, inibir a ação dos criminosos patrimoniais e sexuais que atuam no transporte público e capazes de impedir o domínio de facções criminosas, milícias e contumazes delinquentes nas comunidades pobres, especialmente nas periferias. A Segurança Pública é obrigação do Estado que, para provê-la, mantém as polícias Civil e Militar. Com o investimento em tecnologia e busca de conhecimentos e métodos nos Estados Unidos, Israel e China, a segurança paulista procura paralelos de situações daqueles países que possam nos auxiliar. 

Fala-se em possíveis excessos e riscos à privacidade do cidadão. É o preço da inovação que, além de ser pago, tem de ser mitigado pela própria estrutura de segurança. Privacidade é algo relativo. Não existe em termos totais para quem se encontra em via ou área pública ou comunitária. A discussão é antiga. Quando São Paulo projetava transferir sua capital, uma das questões era que, além do elevado investimento, a obra tiraria o sossego e a privacidade dos moradores da região escolhida para o novo centro administrativo. Questionado, o chefe da equipe que projetava a nova capital deu sua versão sobre a luta entre o interesse maior e o menor que estavam em jogo: “A única privacidade atingida será a daquelas senhoras que tomam sol nuas nas chácaras próximas ao futuro aeroporto”...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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