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Opinião
01/11/2019 - 07h04
Brasil e Argentina, a economia acima das eleições
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A eleição da Argentina - onde venceu o oposicionista e peronista Alberto Fernández, levando como vice a ex-presidente Cristina Kirchner - vem provocando repercussões no Brasil. Embora o futuro governante portenho seja alguém de centro-esquerda e tenha bradado por “Lula Livre” no anúncio de sua vitória, não há motivos para as esquerdas brasileiras comemorarem sua vitória como se delas fosse. Diferente do Brasil, onde as esquerdas foram tragadas pelo Partido dos Trabalhadores e são mantidas como satélites e subjugados a Lula, o peronismo é uma efetiva força no vizinho país. Nasceu em 1945 a partir do apoio dado pelos trabalhadores a Juan Domingo Perón, então ministro do trabalho perseguido pela ditadura local e, apesar de todos os percalços, o conduziu três vezes ao poder. Além do mais, não é um típico movimento de esquerda, pois abriga diversas tendências políticas, sendo as mais significativas as de centro-direita e de centro-esquerda. Seus objetivos são sociais e desenvolvimentistas e, a diferença básica em relação aos aliados brasileiros: seu inspirador já é morto desde 1974.

Bolsonaro fez mal ao, durante a campanha argentina, pregar em favor de Maurício Macri, que restou derrotado. Mas isso não é o fim do mundo. Agora pode sujeitar-se aos afagos dos argentinos a Lula. Porém, esse não é o grande problema, pois o destino do ex-presidente condenado não depende dos argentinos e nem do governo brasileiro. Os problemas dele são com a Justiça.

Sendo as duas principais economias do continente, Brasil e Argentina têm, a partir de agora, de pautar suas relações pelas convergências e deixar em segundo plano as ideologias e divergências. Os dois países possuem legislações desenvolvidas e o que devem fazer é tratar de suas relações econômicas e, mais que isso, da saúde do Mercosul, onde são os maiores sócios. A Argentina, mesmo na atual crise, é o quarto comprador de mercadorias brasileiras, com destaque para veículos de passageiros, autopeças e outros manufaturados. Já o Brasil é o maior importador de produtos argentinos, principalmente caminhões, peças e trigo. Juntos, pilotam o Mercosul e recentemente fecharam importantes acordos internacionais, principalmente aquele com a Comunidade Econômica Européia.

Seria lamentável que, por questões internas e ideológicas, os dois países esfriassem as relações e prejudicassem todo o conjunto de interesses econômicos comuns. Ainda há que se considerar a conflagração que hoje se estende aos vizinhos - Chile, Bolívia, Perú, Equador e Venezuela - que têm de ser compreendidas e bem administradas para não contaminarem as duas maiores nações e economias do continente. O que nos leva a crer possível a convivência pacífica é ver que na Argentina, apesar da disputa política acirrada, não existe o clima de guerra permanente que se implantou no Brasil desde o impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Lula e a vitória de Bolsonaro. Tanto que Fernández já foi tomar café com Macri e ambos prometem transição pacífica...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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