Como o eleitor avalia?
Ver uma foto ou vídeo de um parlamentar mexendo no celular durante uma sessão legislativa já é algo comum em Brasília e em todo o Brasil. Porém, como os eleitores enxergam essa atitude? O eleitor pode ter um sentimento negativo ao ver algum político usando o celular durante as sessões. Ao credenciar o mandatário com o seu voto, de alguma forma, o eleitor observa o comportamento do político com um foco mais específico. Quando ele vê o parlamentar usando o celular na sessão, seu subconsciente é ativado gerando os hormônios neurotransmissores à base de adrenalina e cortisol que vão gerar um estado emocional compatível com estresse. Neste caso, a emoção invocada é de desaprovação, uma mistura de raiva com decepção. Um dos motivos é o fato de que os eleitores estão ficando mais exigentes na hora de votar. O eleitor passou a conhecer melhor onde o seu voto o conduz. O importante aqui é a pessoa aproveitar essa velocidade no sentido de cobrar do parlamentar o comportamento que a levou a escolhê-lo. O voto ainda é sua melhor arma de desaprovação e protesto. O parlamentar deve manter as mesmas atitudes que teve durante as eleições. O comportamento adequado é a reprodução da postura que o elegeu, aquela que gerou a semelhança, a confiança, simpatia, a intenção e o voto. Chamo isso de “identidade positiva”, que é o conjunto de competências comportamentais que levaram o eleitor a depositar seu voto de confiança no candidato. A conduta do político pode influenciar diretamente no seu desempenho durante uma eleição. O comportamento é o definidor do seu resultado. Mudança comportamental significa, invariavelmente, uma mudança de resultado, levando-se em consideração que o parlamentar foi eleito por um grupo de pessoas e ele reproduz um comportamento que é apoiado por elas. É preciso amparar a conexão das ideias e dos comportamentos de seus eleitores, sendo uma porta de entrada de um universo representativo.. O celular hoje é a maior arma do agente político. O problema é que você pode se ferir com a própria arma. Por isso, é fundamental estar atento à conduta perante ao público para não acabar “dando um tiro no próprio pé”. Nota do Editor: Osmar Bria é especialista em Análise Comportamental e presidente da Associação Brasileira de Alta Performance.
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