Confesso que sou meio passional. De vez em quando extrapolo nas minhas afirmativas, defesa de pontos de vista e críticas. Mas, mesmo nos momentos de emoção, sempre tenho o cuidado de nunca tentar ridicularizar e nem ofender a pessoa de quem escreve ou comenta escritos. Para mim é cláusula pétrea a honra dos outros, até dos que fazem de um tudo para se livrar dela. Sim, infelizmente há aqueles que não ligam para a própria honra - a honra que é a poesia do dever.

Desde menino fui arengueiro, mas jamais ofendi a família dos, digamos, oponentes. Brigava, mas respeitava a família dos adversários. Fiz, fiz inimigos durante a vida, mas nenhum deles foi ofendido por mim na sua honra e da sua família. Tenho que reconhecer que eles também respeitaram minha honra e minha família. Talvez tenham pensado, mas todo penso e torto, né mesmo?

Na verdade, o que quero enfatizar é que toda discussão tem que se dar no campo das ideias e posições. Que se diga e se escreva o que se sente, focando nos argumentos, ideias e até críticas corrosivas, mas se resguardando a honra dos outros. Graças a Deus consigo ter essa conduta, sei levar uma discussão numa boa. Mas às vezes extrapolo. E depois fico triste.

Sempre lembro o que me dizia minha saudosa avó paterna quando eu estava arengando e provocando: - Menino, angu a gente come pelas beiradas para não queimar a língua". Bingo. Inté.