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Opinião
08/01/2020 - 06h09
EUA, Irã e a 3ª Guerra Mundial, improvável
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O confronto entre Estados Unidos e Irã é algo que chama a atenção. A potência bélica e o radicalismo político-religioso batem de frente e isso pode trazer consequências econômicas. A principal delas, o aumento do preço dos combustíveis porque o Irã é o décimo produtor mundial de petróleo e controla o estreito de Ormuz, por onde passa um quinto do óleo consumido no planeta. Exagera quem diz poder a desinteligência detonar a 3ª Guerra Mundial. Há que se compreender tratar-se de um problema antigo. Desde o começo do século passado, o Irã, então Pérsia, tinha seu petróleo explorado pelos ingleses, que devolviam 16% do resultado, e o povo achava pouco. Era governado pela dinastia Pahlev.

Em 1953 Mohamed Mossadeq, ex-ministro da Economia, foi o primeiro governante eleito democraticamente e decidiu nacionalizar o petróleo. Descontentes, a Inglaterra, auxiliada pelos Estados Unidos, que até então não exercia influência na área, derrubou o governo e restabeleceu a monarquia, restaurando o poder do xá (imperador) Reza Pahlev, que governou até a revolução islâmica de 1979, liderada pelo aiatolá Ruhollah Komeini. Perseguido pelo governo, o aiatolá retornou do exílio e tornou-se líder. Pahlev exilou-se nos Estados Unidos. Falou-se que as torturas que o xá praticou contra adversário eram frutos de manuais preparados pela CIA (agência de inteligência americana).

Com a ascensão dos aiatolás, o antiamericanismo chegou a extremos entre os iranianos. Em 1979 a embaixada americana em Teerã foi invadida por estudantes e militantes islâmicos que fizeram reféns os 52 funcionários americanos e assim os mantiveram por 444 dias. Humilharam o então presidente democrata Jimmy Carter, que não conseguiu se reeleger. Os reféns só foram libertados em 19 de janeiro de 1981, algumas horas depois da posse do republicano Ronald Reagan, sucessor de Carter. Em seguida, os EUA apoiaram o Iraque na guerra contra o Irã, questionaram o arsenal nuclear iraniano e sob o governo do democrata Barach Obama, assinaram em 2015, um acordo nuclear, que suspendeu sanções e o republicano Donald Trump ameaçou romper. As relações Washington-Teerã têm sido tensas. No ano passado, Trump qualificou a guarda iraniana como “grupo terrorista” e, na última quinta-feira, dia 2, matou o general Qassem Soleimani, considerado herói pelos iranianos e terrorista pelo presidente americano, que o acusa da exportar pelo Oriente Médio ações antiamericanas que levam à morte. 

Devemos entender o episódio como mais um lance da interminável crise entre os dois países, e não nos envolver. São duas nações com quem temos relações diplomáticas e que, com neutralidade, poderemos ainda ser úteis até em atividades de mediação de conflitos. Não cabe aos brasileiros se perfilar com qualquer dos lados. Isso vale para o governo e também para os grupos políticos, cujo apoio ou reprova em nada contribui para a solução dos desajustes. O melhor a fazer é cuidar de nossas questões sem nos imiscuir nas dificuldades alheias...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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