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Crônicas
15/01/2020 - 07h16
Procurando a consciência política
Marcial Salaverry
 

Vamos tentar entender o que se passa na política atualmente, procurando fazer um parâmetro com o que ocorria antigamente, quando política era considerada coisa séria, e era praticada por políticos que se respeitavam dentro do que se poderia chamar decoro político.

Antigamente podia-se dizer que existiam convicções políticas, ou seja, as posições eram seguidas e defendidas a todo custo. Havia o populismo, o trabalhismo, integralismo, comunismo, udenismo e quem entrava para uma dessas facções, lá ficava até o fim, salvo uma muito eventual mudança de linha de conduta. Era motivo de grandes discussões quando alguém resolvia mudar de partido, podendo até perder toda a credibilidade de seus seguidores. Discutia-se política, vivia-se política. Havia a consciência política...

Quando chegavam as eleições usava-se de todos os argumentos para convencer o eleitorado na disputa dos votos. Valia de tudo. Mentiras, engôdos, truques honestos, e outros nem tanto, traições também ocorriam, mas tudo dentro de uma relativa lealdade. Era muito difícil alguém “mudar de camisa” em meio a uma disputa. Era uma questão de honra a defesa das cores partidárias. E os seguidores chegavam mesmo a brigar em defesa de seus lideres. E estes reconheciam quem “estava com ele”.

Pelo menos os eleitores sabiam em quem votar. Sabiam que os eleitos iriam pelo menos continuar fiéis às cores partidárias. Claro que a chamada honestidade política terminava aí. A demagogia e a mentira sempre foram as armas dos políticos desde que o mundo é mundo. Para se eleger, promete tudo. Depois, faz o que pode. Geralmente em beneficio próprio.

A grande diferença é que havia esse sentido de lealdade. Os grandes líderes do passado, sempre foram fiéis a suas idéias e ideais. Adhemar de Barros, Getúlio Vargas, Luis Carlos Prestes, Plínio Salgado, Eduardo Gomes, Jânio Quadros entre outros, durante toda sua vida política defenderam apenas um ideal. Criaram seus partidos, e até o fim respeitaram o PSP, PTB, PCB, PI, UDN, sem jamais trocar ou vender seus ideais em benefício de interesses espúrios.

Claro que não se pode falar em honestidade. Usaram de todos os meios para conseguir votos. Sempre foram demagogos. Mas mantiveram-se fiéis a seus princípios.

E o que ocorre agora? Apenas são coerentes no sentido do oportunismo, no sentido de aproveitar a situação para se locupletar o mais rapidamente possível, porque a vida política pode ser efêmera. Mas as idéias e ideais são esquecidas ao primeiro conchavo que lhes traga algum interesse. A cada eleição, defendem partidos diferentes. E os partidos políticos, que outrora representavam a força política do País, agora servem apenas como siglas para fazer acordos e conchavos, ora apoiando este, ora aquele. Quem era pouco mais do que um bandido, passa a ser o novo salvador da pátria.

Como resultado, vemos Fulano xingando Beltrano, e depois de um “vem cá meu bem”, estão aos abraços e trocando elogios. E acertando propinas. E o triste é que o eleitorado a tudo assiste, e tudo aceita passivamente.

É preciso começar a cobrar pelo menos um pouco de coerência na defesa de idéias e ideais, e não apenas entregar o voto sem saber o que vai ser feito dele.

Vamos pensar bem nestas eleições municipais, começando por aí a tentar mudar o quadro político do Brasil. Utopia? Claro, pois ainda e sempre estaremos trocando votos por camisetas e promessas vãs... Como? Você pretende analisar, ponderar, e procurar votar com consciência? Então eu o aplaudo e mesmo que vote errado, estará seguindo sua consciência.

Vamos pensar nisso, e ter UM LINDO DIA, sonhando que um dia será novamente encontrada a desaparecida consciência política...

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