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Opinião
20/01/2020 - 07h46
Empatia é quase amor
Montserrat Martins
 

“Simpatia é quase amor” é um dos mais divertidos blocos de carnaval, criado em Ipanema, no Rio, nos anos 80, cujo nome é inspirado num personagem conquistador e simpático. Ninguém precisa explicar a “simpatia”, é algo que alguém lhe inspira - ou não. O que você precisa saber na prática é que golpistas, sejam estelionatários ou de outros tipos, são habitualmente muito simpáticos e sabem conquistar a sua confiança para lhe enganar.

Empatia, que é “se colocar no lugar do outro”, é mais difícil de ser compreendida e praticada. É muito frequente acharmos que estamos compreendendo alguém quando, na verdade, não estamos. A falsa empatia é a “identificação”, é vermos na outra pessoa características que na verdade são nossas. “Eu sei como você se sente” pode ser uma frase enganosa, pois quem a diz pode estar conectado com os próprios sentimentos e não os do outro.

Uma pesquisa esclarecedora foi realizada pelo psicólogo Carl Rogers, gravando sessões de Psicoterapia com autorização dos pacientes e dos terapeutas. Todos foram ouvidos sobre as gravações, que foram assistidas também por pessoas neutras. Houve diferenças entre os momentos em que os pacientes se sentiam compreendidos, em relação aos que os terapeutas acreditavam que os haviam entendido. A opinião dos juízes neutros coincidia com a dos pacientes, não com a dos terapeutas. A conclusão da pesquisa foi de que só a própria pessoa sabe quando foi bem compreendida, ou não.

Enquanto a simpatia pode ser usada para o bem, ou para o mal - dependendo de quem é a pessoa simpática e de suas intenções - a empatia só merece esse nome quando é verdadeira, quando nasce de um interesse real de compreender como a outra pessoa se sente. Quem de fato se coloca no lugar do outro, seria capaz de usar esse conhecimento para lhe iludir? Nesse caso não seria empatia verdeira, seria uma percepção inteligente dos sentimentos da outra pessoa, com fins manipulativos.

A empatia é a base das amizades duradouras e dos vínculos familiares mais felizes, em contraste com as relações conflitivas que existem nos lares e na sociedade em geral. Mesmo sendo tão importante, fundamental mesmo para a felicidade humana, é curiosamente um assunto muito pouco estudado.

A dificuldade em entender e praticar a empatia vem de confusões muito frequentes com a simpatia, ou com a identificação, ou com percepções inteligentes que podem ter sobre seus sentimentos (o “papo de vendedor”).

Empatia é bem mais profunda do que tudo isso e se você estiver motivado leia “Comunicação Não-Violenta” de Marshall Rosenberg ou “A Way of Being”, de Carl Rogers. Vale a pena.


Nota do Editor: Montserrat Martins, colunista do EcoDebate, é psiquiatra, autor de “Em busca da alma do Brasil”. Fonte: Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

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