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Medicina e Saúde
10/02/2020 - 06h42
Coronavírus: vamos disseminar verdades
Marco Antonio Cyrillo
 

Como tudo na vida, também as redes sociais oferecem benefícios e malefícios à sociedade. Ao mesmo tempo em que muitas mídias aproximam pessoas e agilizam a troca de informação, também ajudam a disseminar notícias falsas e alardeantes muitas vezes de forma irresponsável. Nesse sentido, saber exatamente o que são mitos e verdades sobre o coronavírus se faz de suma importância e urgência.

É que, como toda mutação, o vírus ainda está sendo estudado e compreendido pela classe científica, fato que causa ansiedade para a maioria das pessoas em todo o mundo e é justamente nesses momentos que surgem fake news, que só colaboram para prejudicar o cenário.

O que realmente é verdade e se sabe com segurança é que o coronavírus foi descoberto nos anos 60 e desde então são conhecidos 26 tipos, sendo que sete causam doenças em seres humanos. A maioria deles não causa infecção ou doenças nas pessoas, mas há dois tipos que foram associados a doenças respiratórias graves, o SARS-CoV e o MERS-CoV, responsáveis pela Síndrome Respiratória Aguda Grave e pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio.

De modo geral, os coronavírus podem ser transmitidos com mais frequência de animais para pessoas, mas também podem ser transmitidos entre pessoas, como no caso do recém-descoberto do 2019-nCoV, que também está associado a doenças respiratórias.

Casos relacionados ao coronavírus 2019-nCoV foram identificados na China, Tailândia, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos. No Brasil, a nova cepa do vírus ainda não chegou, porém, segundo dados do Ministério da Saúde, foram identificadas pessoas que voltaram de regiões que demandam atenção e seguem em observação nos estados de São Paulo (onde está a maioria dos casos), Paraná e Rio Grande do Sul. Todas as atualizações podem ser acompanhadas pelo site oficial do governo.

Entre os sintomas, os infectados podem apresentar febre, coriza, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e dificuldade para respirar. No caso das infecções mais graves, podem surgir também dores musculares e sintomas gastrointestinais, como diarreia e vômito, além de alterações no exame de sangue, como diminuição na quantidade de linfócitos, plaquetas e neutrófilos.

Sem saber que está doente, mas portando o vírus, uma pessoa pode contaminar até outras cinco, em uma distância de até 3 metros, já que o coronavírus é transmitido por inalação de gotículas, ou ainda por contato direto. Sendo assim, o mais indicado como medida de prevenção tem sido o uso de máscaras, o hábito de lavar as mãos e higienizar objetos de pessoais que são utilizados com frequência como talheres e copos, evitar o contato com pessoas que possuem sintomas de infecção respiratória, contato com animais doentes, tocar os olhos, nariz e boca, tapar o nariz e boca quando for espirrar ou tossir para evitar espalhar o vírus pelo ar. E a atenção deve ser redobrada para aqueles que são portadores do vírus HIV e doenças pulmonares, idosos, cardíacos e crianças.

Gestantes também precisam de cuidados não apenas por elas, mas também porque o coronavírus pode ser transmitido da mãe para o filho. Pelo menos é o que estão observando os médicos do Hospital Infantil de Wuhan, epicentro da doença na China, após um primeiro caso em que o bebê apresentou o vírus 30 horas após seu nascimento. Infelizmente, sua mãe estava infectada.

O diagnóstico da doença é clínico, ou seja, por meio da avaliação feita por um médico dos sintomas apresentados que foram definidos de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Além disso, o médico também pode se basear em resultados de exames específicos que identificam a presença de antígenos e anticorpos contra o vírus, o tipo de vírus e a respectiva quantidade.

Diferentemente do disseminado em fake news, não existe um tratamento exato para a doença. O indicado é fazer uso de medidas de suporte como hidratação, repouso e alimentação adequada, leve e equilibrada. Remédios que possam atuar contra o coronavírus bem como o desenvolvimento de uma vacina estão sendo estudados, mas tudo isso ainda se encontra em andamento.

Nesse momento, dois cenários chamam a atenção no Brasil e todo o cuidado para não haver disseminação de inverdades é pouco. A chegada do carnaval, que reúne multidões e o retorno de brasileiros provenientes de áreas de atenção por conta dos casos confirmados de coronavírus não aumentam os riscos de uma epidemia nacional. Tanto é que o que se tem decidido pelos órgãos do governo é que a maior festa do planeta está mantida, pois os cuidados com a chegada de doentes em portos e aeroportos já estão acontecendo antes mesmo da celebração. E com relação ao segundo caso, um Projeto de Lei aprovado com urgência estabelece quarentena para essas pessoas que retornarão ao país.

Sendo assim, tudo o que for disseminado por meio de redes sociais e sites não oficiais não merecem nosso crédito. A existência de um mel milagroso, chá imunológico, combinação de óleos naturais como cura da doença são mitos e não verdades. Muito menos a confirmação de mortes em território nacional. Em caso de dúvida, não hesite em buscar fontes oficiais. E se quiser uma indicação, recorra a ferramenta de combate a fake news mantida pelo próprio Ministério da Saúde.


Nota do Editor: Dr. Marcos Antônio Cyrillo é infectologista e diretor clínico do IGESP.

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