28/04/2024  10h08
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Crônicas
10/03/2020 - 06h33
A história do professor Ítalo
Maria Angélica de Moura Miranda
 
 
Arquivo MAMM 
  Professor Ítalo tocando piano com a sua mãe.

No começo da década de setenta chegou em São Sebastião, um professor de música chamado Ítalo, que atuou em muitas festas, tanto na escola em fanfarras, como no Tebar Praia Clube, em gincanas e programações culturais. Nesta foto ele aparece tocando piano com a sua mãe, que também era professora de música e morava em Taubaté.

Nessa época, os jovens organizavam fanfarras, que além de se apresentar em festas cívicas, faziam apresentações em outras cidades. O professor Ítalo, passou a organizar a fanfarra de São Sebastião.

Um dia, houve uma reunião, o diretor do colégio chamou todos os alunos da fanfarra, por que havia um boato que o professor era gay. Eu participei dessa reunião, que foi no prédio onde hoje é a Casa da Cultura, na Avenida da Praia. Na reunião o professor disse solenemente que aquele boato era mentira.

Muitos anos depois, em 1975, um engenheiro chamado Flávio, veio para trabalhar numa empreiteira que prestava serviços à Petrobras e procurou a advogada Sueli Stropp em seu escritório que era em frente à Igreja de São Gonçalo.

Na hora que ela estava fazendo o atendimento, o professor apareceu armado de um revólver e atirou cinco vezes na direção do engenheiro.

Segundo a advogada: “Enquanto o baleado jazia sobre a minha mesa, o assassino ficou sentado no chão do corredor, e pediu desculpas quando passei por ele.”

O professor foi preso no dia 15 de maio de 1975, no Prédio de Câmara e Cadeia e pouco tempo depois, dia 14 de junho do mesmo ano enforcou-se com um cinto de couro, deixando uma carta dizendo que iria encontrar com o Flávio, em outra dimensão.

Na carta deixada pelo suicida, a data era 15 e não 14 de junho, uma curiosidade, que quem leu observou. Seu corpo foi levado para o Instituto Médico Legal em Caraguatatuba e depois seguiu para Taubaté onde foi enterrado.

Além do delegado e dos funcionários da Cadeia, o fotógrafo Cid foi fotografar a cena do crime, para o processo que se encontra arquivado.


Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.