A Delegacia de São Sebastião, funcionou no Prédio de Câmara e Cadeia até 1979, quando então foi inaugurado o novo prédio da Delegacia, que existe até hoje na rua Marechal Floriano Peixoto nº 200, na Vila Amélia. Certo dia, o delegado dr. Ernesto Vivona, chegou para trabalhar de manhã e encontrou um galo preso em uma das selas da antiga cadeia. Estranhando o fato, chamou o policial que ficara responsável pela ronda durante a noite e tomou conhecimento do que havia acontecido: Atendendo a um chamado pelo telefone, o policial compareceu à zona de meretrício, pois segundo informações havia uma briga no local. Chegando lá havia uma mulher com um galo em uma mão e uma faca na outra, que ameaçava uma outra moça que também trabalhava no local. A mulher havia ganho o galo de um conhecido, por algum serviço, sei lá, e levou o galo para a rua Amazonas, onde morava e trabalhava. Durante o dia não aconteceu nada que perturbasse o movimento do local. Porém as cinco horas da manhã, quando encerraram as atividades e todas as moças foram finalmente dormir, o galo começou a cantar e deixou todo mundo maluco. Queriam matar o galo, e a dona se armou de uma faca e ameaçava atacar quem tocasse na ave. O policial, tomou a seguinte providência, trouxe o galo para a cadeia e marcou com as duas moças, para conversarem com o delegado Vivona às 15 horas. No horário marcado apareceram as duas e o delegado falou: - Não quero saber de briga, façam uma galinhada e acabem com essa história! Hora vejam só, eu cheio de coisas pra fazer e ainda tenho que ficar me preocupando com galo! A dona do galo prontamente respondeu: - Seu delegado leve o galo pra sua casa, mas não mate. E foi isso que ele fez, levou para o quintal da sua casa ao lado do Prédio de Câmara e Cadeia, onde já haviam outras galinhas. Ouvi essa história muitas vezes, e depois perguntei para a Stella Vivona, filha do ex-delegado, que confirmou o fato.
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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