Enquanto um mar de lama transborda perante nossos olhos, escrevo este artigo sem sequer saber como estará o Brasil quando for publicado. O país vive uma das piores crises políticas e o povo percebe que mais uma vez foi enganado. Rios de dinheiro público desviados, cofres saqueados, mensalão, caixa dois, golpes e outras fraudes tomaram conta dos noticiários e dos jornais do país e quanto mais a opinião pública, graças a uma atuante e competente mídia, se informa, mais fica estarrecida. O governo petista infelizmente acabou, agora, só resta um presidente ingênuo usado por uma rede de corrupção nacional completamente perdido, uma economia instável, uma grande quebra política, uma das maiores desigualdades sociais do mundo e muita decepção. Parece que nem o populismo de Lula e nem a reforma ministerial vão conseguir restabelecer a credibilidade do Brasil. Ao contrário do que aconteceu com Fernando Collor em 1992, o presidente não deve sofrer impeachment porque até agora não existem provas de deslize legal contra ele e Lula está conseguindo manter razoável apoio político e popular, apesar dos últimos acontecimentos. Mesmo assim, é lamentável que os interesses nacionais foram deixados de lado por políticos que acreditamos que poderiam construir um futuro melhor, mas como ainda vivemos em uma democracia, teremos uma nova oportunidade de acerto em 2006 para pôr a casa em ordem, se é que isso será possível em nosso país. Nota do Editor: Mariana Czekalski é jornalista.
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