Monitorar é a melhor saída
Para especialista do Incor, o bom controle dos níveis do colesterol e a avaliação dos fatores de risco são necessários para evitar as complicações; 40% dos brasileiros tem colesterol alto. Quando o assunto é colesterol, a melhor saída é o bom controle: esta é a opinião do Dr Múcio Tavares de Oliveira Jr., coordenador da Unidade de Compensação de Insuficiência Cardíaca Congestiva do Instituto do Coração (InCor), de São Paulo e professor da Faculdade de Medicina da USP. "O colesterol elevado faz com que exista maior chance de ocorrer uma obstrução nas artérias, especialmente no coração", diz ele. Estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde estimam que 40% dos brasileiros tenham o colesterol alto. O Dia Nacional de Controle do Colesterol é comemorado nesta segunda-feira (8 de agosto), e simboliza exatamente a idéia de que a prevenção é a maior arma para se evitar os problemas decorrentes das altas taxas de LDL (o mau colesterol). Segundo o Dr Múcio, diversos estudos - entre eles o 4S (Scandinavian Simvastatin Survival Study, que avaliou cerca de 4 mil pessoas) e o HPS (Heart Protection Study, realizado em 69 hospitais de todo o mundo, com mais de 20 mil pacientes) - demonstram que o controle dos níveis de colesterol é a forma mais efetiva de combate às complicações. Além dos exames laboratoriais de rotina, já existem monitores portáteis que permitem a dosagem rápida do colesterol em casa, nas empresas, em serviços de saúde ou em campanhas públicas de prevenção. "De maneira geral, essas intervenções reduzem o risco de doenças cardíacas em cerca de 60%, e o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em torno de 20%", diz ele. Normalmente considera-se que, quando a concentração de colesterol está acima de 160 mg/dl, o risco de complicações é alto; entre 130 mg/dl e 160mg/dl o paciente é considerado "limítrofe"; entre 100 mg/dl e 130 mg/dl bom, e abaixo de 100 mg/dl ótimo. No entanto, se o indivíduo conta com mais de um dos fatores de risco, o nível obrigatório passa a ser menor que 100 mg/dl. "É preciso que o próprio paciente observe se ele faz parte do chamado ’grupo de risco’, e, em caso positivo, procure um médico para que seu nível de colesterol seja medido." Os fatores mais comuns são tabagismo, obesidade, diabetes, hipertensão, sedentarismo e, principalmente, histórico de doenças cardíacas na família. A mudança no estilo de vida das populações urbanas nas últimas décadas também é apontada como um dos principais motivos pelo aumento das complicações decorrentes do colesterol alto. "O homem não muda seu padrão genético em tão pouco tempo", diz o Dr Múcio. "O crescimento das cidades, a diminuição no número de atividades físicas, o lazer sedentário: tudo isso vem contribuindo para que os níveis de colesterol na população aumentem."
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