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Opinião
08/08/2005 - 18h11
Essas máquinas caça-níqueis
Percival Puggina - MSM
 

Foi-se o tempo em que máquinas caça-níqueis eram acionadas a moedinhas e movidas a manivela que despejavam suas recompensas numa bandejinha metálica para fazer barulho. Hoje elas se tornaram verdadeiras lojas de sonhos, displays cativantes, sons e ruídos sedutores, vitrines de premiações, bônus e acumulados que distraem, excitam, produzem adrenalina e, a muitos, viciam.

Em princípio não sou contra a existência de tais estabelecimentos, contanto que não se integrem ao crime organizado, atuem sob firme ordenamento legal e ainda mais firme fiscalização.

Para escrever esta crônica, estive em algumas dessas casas e pude compreender seu ambiente e o fascínio que exercem sobre os freqüentadores, muitos dos quais, entre trocados e grandes quantias, deixam ali o salário do mês ou a poupança do ano. Também não me filio, em tese, à idéia de que isso, por si só, desqualifique o estabelecimento ou implique a proibição dessa forma de jogo. A proibição e o fechamento das casas pode até ocorrer por razões criminais relacionadas à atividade, mas não pela atividade em si.

O que me chama a atenção é outra coisa que quero deixar aqui como advertência aos leitores. Todo estabelecimento de jogo precisa manter uma certa relação entre o que é apostado e o dinheiro devolvido aos apostadores. Essa proporção nunca é muito vultosa em benefício da banca. Entre perdas e ganhos, a banca jamais perde, é claro, mas prefere, inteligentemente, ganhar pouco sobre muito a ganhar muito sobre pouco. No caso das máquinas caça-níqueis a situação é diferente.

Suponha que você introduza uma cédula de 50 reais para jogar. Você determina o montante de sua aposta e essa quantia lhe permitirá um determinado número de acionamentos da máquina. Ao longo desses acionamentos você ganha, perde, ganha novamente, recebe prêmios, bônus, jogadas grátis, e assim vai prolongando o número de jogadas que consegue fazer com aquele depósito inicial. Ao fim do jogo, muito provavelmente, ganhou várias vezes e perdeu um pouco mais. Se se der ao trabalho de somar o total de ganhos e perdas, talvez tenha ganho algo como 300 reais e perdido 350. Uma diferença pequena, como se vê, semelhante ao ganho normal de uma banca de jogo. Mas o resultado é que a máquina, no fim, ficou com 100% do dinheiro que você colocou nela, ou seja, a nota inicial de 50 reais. Se repetir a operação, o mais provável resultado será novamente esse.

É claro que existe a possibilidade de sair ganhando e retirar da máquina mais do que apostou, mas isso está longe de obedecer a uma proporção semelhante à que ocorre em qualquer cassino, no conjunto de suas operações.


Nota do Editor: Percival Puggina é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.

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