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COLUNISTA
Marcelo Sguassábia
27/04/2020 - 07h46
Corona real
 
 

Se o nevoeiro e o cinza do céu londrino sempre tiveram o seu quê de deprimente, agora sim é que o clima descambou para a beira do precipício.

Nos arredores do Palácio de Buckingham, chega a ser ensurdecedor o barulho de uma ou outra folha de árvore caindo. Uma placa de “Vende-se ou Aluga-se - Tratar com a proprietária”, pendurada no imponente portão de entrada, balança pra lá e pra cá conforme o (mau) humor climático. Comentariam os tabloides, caso continuassem em circulação, que lá dentro a inoxidável Elizabeth dividia seu tempo aos cuidados do filho Charles e do marido Philip - um ainda meio combalido pelo vírus, o outro estragado pela idade, enquanto atendia aos telefonemas de interessados em comprar ou alugar seu fabuloso chateau.

Consta que um dos raros assessores ainda a serviço da rainha sugeriu a ideia sinistra de expor a soberana ao corpo-a-corpo com turistas do mundo inteiro, para fotos pessoais. Desde que, claro, o candidato à selfie apresentasse previamente resultado negativo para Covid-19. E, detalhe, pagasse algo em torno de 150 mil libras pela exclusividade. Isso não significaria a reativação da indústria turística na Ilha, mas sem dúvida traria uma senhora entrada de caixa, a depender do número de milionários interessados na extravagância.

Produtos tradicionais do Reino Unido, dos scotches 18 years old aos chaveirinhos de cabine telefônica das lojas de souvenir, há meses deixaram de ser produzidos. É preciso, entretanto, salvar a dignidade do selo “By appointment to Her Majesty the Queen”. Acontece que, na medida em que produtos britânicos de alta qualidade não são mais fabricados por falta de operários que os produzam e de consumidores que os comprem, fica difícil encontrar onde estampar a cobiçada certificação.

Há ainda estudos que sugerem a viabilidade de locação de centenas de quartos do Palácio de Buckingham e do Castelo de Windsor via sistema Airbnb. Reservando-se, contudo, um dormitório amplo em cada um dos edifícios para membros da família real, a serem acomodados em treliches e sem direito a serviçais.

Esta é uma obra de ficção.


Nota do Editor: Marcelo Pirajá Sguassábia é redator publicitário em Campinas (SP), beatlemaníaco empedernido e adora livros e filmes que tratem sobre viagens no tempo. É colaborador do jornal O Municipio, de São João da Boa Vista, e tem coluna em diversas revistas eletrônicas.
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