Lipoaspiração é eficaz na eliminação de gordura localizada, mas não emagrece ninguém.
A gordura do organismo está depositada nas células gordurosas as quais têm a capacidade de aumentar ou diminuir de volume de acordo com a maior ou menor quantidade de gordura absorvida no seu interior. Vários locais do corpo servem de acúmulo para estas células. A maior parte dessas células deposita-se abaixo da pele, na camada denominada de subcutâneo. Existem, entretanto, outras regiões que também servem de depósito, como por exemplo, no interior da cavidade abdominal, entre as alças intestinais. A maior parte do tecido gorduroso (ou adiposo), entretanto, deposita-se no subcutâneo. O grau de adiposidade de uma pessoa depende de vários elementos. Entre eles destacam-se os fatores genéticos e o tipo de alimentação. Existem, por outro lado, depósitos de gordura localizados em determinadas regiões do organismo, que por regimes alimentares ou exercícios, mesmo localizados, dificilmente são capazes de serem corrigidos, como a região abdominal inferior, e a região dos quadris. Para esses casos, a retirada da gordura localizada pode ser feita pela Lipoaspiração. Método que consiste na introdução de uma cânula metálica no subcutâneo que ligada a um aparelho de fazer vácuo aspira quantidades de gordura. À medida que a cânula é movimentada no interior da zona de acúmulo de gordura, esta é absorvida para dentro da cânula e retirada do subcutâneo. Com esta cirurgia, existe a possibilidade de retirar maior ou menor quantidade de gordura do interior das zonas de depósito exagerado. O procedimento pode custar de 3,5 a 5 mil reais em média. Mas a lipoaspiração não é um tratamento para a obesidade. Serve sim para retirar acúmulos de gordura localizada em determinadas regiões do organismo. "A lipoaspiração não é um método eficaz para reduzir a barriga, pois nesse processo é aspirada a gordura periférica, e não a que fica próxima das vísceras. A lipo só resolve para os pneuzinhos e não para abdome aumentado", diz o cirurgião plástico Dr Milton Daniel. O mesmo vale para exercícios abdominais, que segundo o médico só fortalece os músculos e não diminui a barriga. "Essa técnica não emagrece, e sim modela o corpo. Diferença muitas vezes esquecida quando o paciente chega ao consultório", completa. Segundo o cirurgião, quando se faz a lipoaspiração, a retirada da gordura do subcutâneo inicialmente desencadeia uma zona de excesso de pele. Entretanto, com o tempo, este excesso vai sofrendo uma retração progressiva. "Após a cirurgia, o paciente precisa usar um modelador corporal, as chamadas cintas, porque a retirada da gordura ocasiona um excesso de pele, que num prazo de 30, 60 dias, sofre uma retração progressiva. Depois disso ocorre uma acomodação da pele, que não apresenta mais as dobras características do excesso. E após 4 a 6 meses, depois que o edema (inchaço) desaparece, os resultados já podem ser comprovados", completa Dr Milton, que diz ainda que detalhes como a condição física, idade, elasticidade da pele, presença de estrias, e flacidez, são aspectos a serem analisados pelo cirurgião antes de liberar o paciente para o procedimento. "Em alguns casos deve-se optar por outro tipo de cirurgia, prevendo um melhor resultado. A lipoaspiração não faz milagres. Se a pessoa tiver muita flacidez, ou um excesso de pele, a lipo só vai aumentar isso. Nesse caso é recomendável a abdominoplastia, e em alguns casos a lipoescultura", adverte Dr Milton. Assim como pode ser feita a lipoaspiração, a gordura retirada pode ser reinjetada em outras zonas do corpo, na chamada lipoescultura, cirurgia que consiste na retirada de gordura de determinadas zonas e reinjeção em outras. Nesse caso, a gordura reinjetada sofre absorção. "Aproximadamente 30% desta gordura é absorvida pelo organismo, e a possibilidade de rejeição é praticamente nula, já que não se trata de um corpo estranho. Tanto a lipoaspiração, quanto a lipoescultura são ótimos procedimentos quando bem indicados e quando o paciente for bem esclarecido dos resultados, e de todos os cuidados e procedimentos auxiliares que podem ajudá-lo na sua recuperação pós-operatória", completa Dr Milton Daniel, cirurgião plástico paranaense com 27 anos de experiência.
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