Ainda na campanha, quando insistia que o PT e Lula seriam a maior farsa "na história desse País" fui criticado por alguns. Empossado Lula-lá, outros até diziam que eu era um "elitista" do "mundo novo possível" então realidade. Pois bem, pouco mais de dois anos e meio do governo(?) do povo, veio a queda de José "Repilo" Dirceu - quem repeliu tudo em seu depoimento à CPMI e até arrancou gargalhadas ao dizer que nunca foi arrogante -, José "assinei sem ler" Genoino, Sílvio "Land Rover" Pereira, Delúbio "Poblema" Soares e Luiz "Globalprev" Gushiken. Também os deputados petistas que se lambuzaram no melado do capital satanizado por Marx vindo de Marcos "Mensalão" Valério: João Paulo Cunha (R$ 200 mil), Paulo Rocha (R$ 920 mil), João Magno (R$ 350 mil), Josias Gomes (R$ 100 mil), Professor Luizinho (R$ 20 mil) além dos diretórios petistas: Nacional (R$ 4,9 milhões), Distrito Federal (R$ 605 mil), Rio Grande do Sul (R$ 1,2 milhão), Rio de Janeiro (R$ 2,67 milhões) e Santa Catarina (R$ 550 mil). Depois de o filho de Lula, Sandro, ser contratado do PT paulista desde 2002 para "prestar serviço de informática à distância" - o escritório fica em São Paulo. Sandro mora em São Bernardo e os funcionários jamais viram o rapaz no prédio - mas que afirma aos amigos na Internet que "continua vagabundeando e tentando terminar a faculdade" e que tem "fingido que trabalha um pouco". Sandro parece seguir os passos do pai, que no campeonato disputado com FHC de quem viaja mais, tenta "governar à distância". Também depois de a Gamecorp, produtora que tem como um de seus sócios Fábio Luis, outro herdeiro de Lula, receber investimento de R$ 5 milhões da Telemar - negócio intermediado pela DBO Trevisan, de Antoninho Trevisan, amigo pessoal de Lula e integrante do Conselho de Ética Pública da Presidência da República! -, das malas de dinheiro, caixa dois, contratos irregulares, dólares na cueca e muitas outras histórias que fariam de Stephen King um aprendiz dos contos de terror, veio o pior: Agora é Lula! É que o maior alcagüete "da história da República", Roberto Jefferson, disse à Folha que foi por orientação de Lula que Marcos "Mensalão" Valério e o tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri, foram a Lisboa conversar com Antônio Mexias, ministro de Obras de Portugal e antes administrador do Banco Espírito Santo Investimentos. O banco é acionista da Portugal Telecom, que segundo Jefferson, seriam as instituições envolvidas em um esquema de arrecadação de recursos para o PTB e PT. Mexias disse a um jornal português que Valério se apresentou como "consultor do presidente do Brasil". Em depoimento à CPI do Mensalão Jefferson disse que os partidos receberiam R$ 12 milhões cada, mas a trama não deu certo. Disse ainda que Valério não agiu sozinho porque não possui a "chave do cofre" e que a "matriz da corrupção" está no Palácio do Planalto. Dirceu era muito próximo a Lula... Já o deputado José Borba (PMDB-PR), responsável pelo saque de R$ 2,1 milhões de contas de Valério, teria utilizado o dinheiro para pagar o apresentador Ratinho por uma entrevista de Lula em seu programa em 2004. Segundo o Estado de S. Paulo, pessoas próximas ao presidente afirmaram que a "entrevista-churrasco" era parte de uma estratégia para alavancar a popularidade de Lula, na ocasião abalada por greves do funcionalismo e invasões do MST. O custo teria sido alto por conta da participação de Bruno e Marrone que chegaram a cantar junto com Lula. Anthony Garotinho subiu o tom no coral dos indignados: "Cassaram um presidente da República (Collor) que ganhou um Fiat Elba. O filho do presidente Lula ganhou R$ 5 milhões da Telemar, o que equivale a 250 fiats Elba". Enquanto isso o presidente Chávez, quer dizer, Lula, monta um palanque por dia para umas trezentas pessoas de seu "curral" para fazer o que mais gosta: discursar e culpar a imprensa pelos atos do PT e de seus amigos mais próximos. "Seu eu for (candidato), com ódio ou sem ódio, eles vão ter que me engolir outra vez...". Zagalo deveria cobrar direitos autorais. "Eu não devo a minha eleição a favor de ninguém; devo ao povo desse país, que acreditou e que votou em mim e é a ele que prestarei contas". Para isso precisa descer do palanque... É a triste realidade. Como afirmou Mikhail Bakunin: "Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo". Nota do Editor: André Arruda Plácido é professor de comunicação, escritor e jornalista, graduado em Relações Públicas pela Universidade Estadual de Londrina (PR) e especializado em Comunicação e Liderança pelo Haggai Institute, de Cingapura.
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