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Opinião
06/07/2020 - 07h33
A Covid-19, a imprensa e a revolução digital
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Nos anos 50, 60 e até 70, quando a televisão aqui chegou, se instalou e popularizou-se, muitos acreditaram que o novo veículo eliminaria à época o todo poderoso rádio e o popular cinema, já que representava a soma de ambos. Hoje vemos que os prognósticos não se confirmaram. O rádio se modernizou e continua forte e imediato, e o cinema, morto na sua forma de estabelecimento autônomo, tem espaço garantido nos shoppings. Além disso, ambos encontram no meio digital o que, se ainda não for, em breve será o seu grande público: o usuário de smartphone, smartTV e outros equipamentos compartilhadores da internet e das redes celulares.

Os jornais, revistas, rádio, TV e o cinema encontraram na rede a nova alternativa para levar seu produto ao consumidor. A cada dia que passa, o meio digital torna-se mais eficiente e disponível. A chegada da telefonia 5G - que promete ser cem vezes mais veloz que a 4G - facilitará ainda mais a absorção das mídias e processos. Jornais e revistas que têm de ser impressos, rádio e TV que dependem do aparelho receptor em poder do seu público, passam a gozar da celeridade do sistema digital para garantir a primeira informação, sem perder a possibilidade de oferecer, na mídia tradicional, o produto consolidado, melhor apurado e até comentado ou ampliado. A pandemia da Covid-19 nos enseja uma pequena amostra do que o futuro próximo reserva. As "lives" que os artistas, na falta de apresentações presenciais, passaram a realizar com o objetivo de entreter a população em quarentena, certamente não vão parar. Começou, também, a transmissão de jogos de futebol direto pela internet, sem o atrelamento a emissoras de televisão. Logo virão outras modalidades e segmentos esportivos, culturais, políticos, religiosos etc. A multiplicidade de canais de difusão já deu início a uma verdadeira revolução. A exemplo da mídia impressa e radiofônica, a televisiva terá de se reinventar. Acabou o tempo da hegemonia de uma, duas ou máximo três grandes redes; elas continuarão existindo, mas jamais com o brutal nível de audiência de outrora.

A tendência é que, logo, os acontecimentos do bairro, cidade, região, estado, país e do mundo estejam todos disponíveis ao mesmo tempo na TV, celular, tablet, computador e em aparelhos que ainda nem foram inventados, mas virão a compartilhar a grande rede. Poderemos ver "lives", informações segmentadas, solenidades, eventos político-administrativos, aulas, reuniões de trabalho e muito mais. É ainda ter a possibilidade de produzir o nosso próprio material para, também, colocá-lo em exibição a quem possa interessar. É a grande aldeia global, popularizada nos anos 60 pelo escritor e filósofo canadense Herbert Marshall McLuhan, que se concretiza e emancipa. Todos os homens e mulheres de certa forma ligados pelas comunicações, independente da distância em que se encontrem uns dos outros.

Mais uma vez vivemos num ponto de corte no desenvolvimento social e tecnológico. Na chegada dos digitais, as fábricas de discos tiveram de migrar para não perecer, e o mercado de hoje não é mais físico, pois as mídias deixaram de existir como veículos, substituídas pelo download ou simples exibição na rede. O mesmo ocorre com os filmes. Agora chegou a vez da televisão que, juntamente com jornal e rádio, podem e devem tirar excelente partido das novas plataformas. Mas estar conscientes de que não podem prescindir de bons jornalistas, capazes de interpretar os fatos e oferecer ao leitor - ouvinte - telespectador a informação de qualidade e, além dela, a análise mais conveniente à sua clientela. Todos têm, nesse momento, de buscar formas de sustentação, pois aquilo que os manteve nas últimas décadas, logo não mais existirá. A Covid-19 pode apenas ter adiantado o processo, mas não é a causa. É o caminhar inexorável da humanidade...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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