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COLUNISTA
Marcelo Sguassábia
27/07/2020 - 06h50
Da série paranoias pandêmicas - 1
 
 

De que adianta divulgar a verdade, nua e crua, para o mundo todo? Só iria causar pânico. Surtos de desespero coletivo. Saques e suicídios em massa. Síncopes cardíacas fulminantes e derrames derramadíssimos.

Senhores, o vírus não está tão somente no espirro, na tosse, nas maçanetas, nos corrimões, nas botoeiras de elevador, nas válvulas hidra de mictórios públicos ou nos bicos das gaitas de fole. Isso aí é conversinha mole pra boi europeu, americano, asiático, africano e neozelandês dormir. Está é no ar mesmo, a uma nano-distância de nossas fuças. Não nos iludamos.

Mas também não é o caso de abandonar este texto, em desabalada carreira, para cortar os pulsos.

Abdo Zalamnej Al Faiath, primogênito de um dos mais afamados confeccionadores de ternos prêt-à-porter do Cairo e descendente de nobre linhagem árabe, é guia turístico de um destes sightseeings mequetrefes pelas pirâmides de Gizé. Estava ele no sábado último, a digerir os quatorze pães ázimos com homus tahine que tinha mandado para o bucho, puxando uma palha entre uma leva de pacotes turísticos cancelados e outra, quando esbarrou, ao espreguiçar-se, em um pergaminho enterrado nas escaldantes areias egípcias.

“Vocês, do vigésimo primeiro século AD, ouçam o conselho: uma puxada de ar mais forte e pronto - já elvis, como diria o mongoloide Gengis Khan. Evitemos maiores delongas e considerações, vocês sabem bem do que estou falando. Na qualidade de profeta, posso adivinhar perfeitamente a época em que este pergaminho será encontrado e o drama que a humanidade estará vivendo.

A redenção não virá de vacina alguma, seja ela da China, do Reino Unido ou do Butantã. Nem tampouco da imunidade de rebanho ou do isolamento (vertical, horizontal, de esguelha e de viés), muito menos de benzimentos, simpatias, ebós de encruzilhada, vermífugos e garrafadas de mercadão. Virá, isto sim, de algo que daqui eu por enquanto não adivinho, mas que torço para que vocês, aí, não demorem a saber.”

Esta é uma obra de ficção.


Nota do Editor: Marcelo Pirajá Sguassábia é redator publicitário em Campinas (SP), beatlemaníaco empedernido e adora livros e filmes que tratem sobre viagens no tempo. É colaborador do jornal O Municipio, de São João da Boa Vista, e tem coluna em diversas revistas eletrônicas.
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