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Opinião
07/08/2020 - 07h19
O rádio, a TV e a `live´
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Os brasileiros de média (ou avançada) idade, viveram no tempo em que o rádio era o todo poderoso meio de comunicação. Cantores, comediantes e outros artistas compareciam aos programas de auditório, participavam de concursos e os vencedores eram contratados para integrar o "cast" das emissoras. Maior ou menor, cada estação de rádio possuía a sua equipe. Quando caiam no gosto dos ouvintes, essas estrelas recebiam convites para gravar discos e saiam país afora se apresentando em shows próprios, caravanas patrocinadas por grandes empresas, auditórios, teatros, cinemas e até em circos. Com isso, tornavam-se conhecidos e seus discos vendiam mais que pão quente. Assim se construía o sucesso.

A ascensão da TV provocou o fim dos auditórios e das equipes de artistas do rádio, que passou a priorizar a notícia e a prestação de serviços, ficando a música restrita ao material das gravadoras. Agora, com a disponibilidade dos canais de internet e sua presença nos computadores, smartphones e smart tvs, os cantores, músicos e comediantes encontram na "live" (transmissão ao vivo) o novo mercado para suas obras. Levantamento do Google, dono da plataforma YouTube, revela que 85 milhões de brasileiros já assistiram suas lives durante os meses de confinamento pela pandemia do novo coronavírus. Isso equivale a uma audiência de 71% da população digital do país, estimada em 120 milhões de pessoas.

Presentes no YouTube desde 2011, as lives serviram durante anos para a difusão de esportes, games e negócios. Mais recentemente foram descobertas pelos políticos, destacando-se entre eles o presidente Jair Bolsonaro, que as utilizou na campanha e hoje usa o canal para falar à população diretamente e sem interferências. A chegada dos cantores ocorreu quando o isolamento social imposto pela emergência sanitária cancelou suas apresentações e, como alternativa, eles migraram para a internet. Atrás vieram os clubes de futebol que buscam se libertar do controle e dos interesses da televisão e já começaram a disponibilizar seus jogos através das lives.

Tão novo, o formato já sofre adaptações e aperfeiçoamentos, parecendo ter chegado para ficar. A ele também se integra a educação à distância e fatalmente virão outros setores carecentes de comunicação. Tende a consolidar-se como inovação de magnitude similar à que tiveram o rádio nos anos 20, 30 e 40 e a TV na segunda metade do século passado. Mesmo quando perderem o caráter de novidade ainda presente, permanecerão como uma nova alternativa de se chegar ao grande público. É o mundo dando seus passos. Difícil imaginar qual será o próximo...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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