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Opinião
13/08/2005 - 07h28
Lula/Dirceu - o Eixo do Mal
Ipojuca Pontes - MSM
 
"O mundo fez de mim uma prostituta, e eu farei do mundo um bordel" - a velha senhora de Durrenmat

O mundo vive infestado de duplas que se consagraram no imaginário da humanidade e nunca são esquecidas: cômicas, como, por exemplo, o Gordo e o Magro (os inseparáveis Oliver Hardy e Stan Laurel); ou fruto da criação literária do porte de D. Quixote e Sancho Pança; pretensiosamente revolucionárias como as formadas pelos burgueses Marx e Engels; musicalmente caricatas, consagradas pelos nomes de Alvarenga & Ranchinho ou Dean Martin & Jerry Lewis; futebolísticas e geniais, reconhecidas pela designação de Pelé e Coutinho ou Puskas e Gento; existencialmente patéticas, a exemplo das parcerias compostas por Lampião e Maria Bonita, Sacco e Vanzetti ou Bonnie & Clyde (e por ai vai ao sabor da memória e do conhecimento de cada um). O Brasil apodrecido dos nossos dias formou uma dupla que vai ficar nos anais da história política como o símbolo da desídia e da dissolução esquerdista: Lula e Dirceu.

Trata-se, na realidade, divisando para além do território caboclo, de uma parceria que há de se fixar nas páginas da moderna história dos "povos emergentes". Tomem nota: "Lula e Dirceu". Não se trata apenas, como algum otimista há de imaginar, de um vento ruim e passageiro que tenha se espraiado pelo costado do País, em determinado tempo, ou da mera ordenação de dois elementos determinantes do fato histórico criminoso, mas evanescente. Não. Trata-se, aqui, de alguma coisa a ser identificada como definitiva e fundamental, uma marca fatídica dos tempos em que vivemos, tal qual, comparativamente, representou no final do século 19 a catástrofe de Canudos, que Euclides da Cunha definiu - "para todo o sempre" - como uma "tragédia espantosa", a cindir os calos (e a alma) da nação. Sim: de hoje em diante vai ser difícil, ou mesmo impossível, o Brasil esquecer a ação avassaladora da dupla formada por Lula e Dirceu.

Um e outro, isoladamente, pelas mazelas e ambições cultivadas, já traziam em si o germe do mal. Somados, em parceria, juntando a fome com a vontade de comer, transformaram-se na própria essência da maldade, curiosamente travestidos em "arautos do bem", ambos querendo mudar pelos mais estranhos caminhos a face de uma nação que, por ironia, inversamente ao pretendido, enlameou-se na prática do crime em escala nunca dantes imaginada. De início, deslumbrando os brasileiros incautos com promessas de um porvir venturoso, industrializadas pela mais visceral demagogia, a dupla só fez a nação retroagir, entre humilhada e perplexa, a um passado que se julgava morto e sepultado.

De Lula sabemos todos que sempre teve vocação para fantoche. De início, estimulado pelas artes de Paulo Vidal, o esperto presidente do Sindicado dos Metalúrgicos do ABC paulista, com quem aprendeu as manhas da engrenagem sindical, a começar pela distribuição assistencialista de papeletas de consultas e aviamento de receitas médicas, no que se especializou; em seguida, usado como extensão ativista de padres da "Gaia" Teologia da Libertação (que visa "espiritualizar a terra"), agentes apóstatas da "igreja" materialista que utiliza o pasto das Comunidades Eclesiais de Base (a origem do PT) para intensificar o vírus da luta de classe entre trabalhadores; e, finalmente, manobrado como instrumento da estultice retardatária e malandra dos ideólogos uspianos, historicamente impotentes para pensar e agir com idéias próprias, mas sempre atados aos mitos revolucionários que os fanatiza e alimenta. E tudo de tal modo que, avassalado ante os "agentes históricos" obcecados pela tomada do poder (em "processamento", é bom que se diga, desde a intentona comunista de 1935, frustrada pela incompetência de Prestes, passando, posteriormente, pelos fiascos "revolucionários" de Julião, Brizola, Arraes, Jango, Marighella e "tutti quanti"), surge, afinal, ungido no cenário plúmbeo do pós 64, a figura "messiânica" de Luiz Inácio Lula da Silva, o homem que incorporou o apelido ao próprio nome.

Por sua vez, como era previsível, se espraiou a figura do "líder estudantil" José Dirceu de Oliveira e Silva que, bem examinado, sem nenhum compromisso a não ser com a própria ascensão, utilizou como muleta o aparato ditatorial instalado pelos militares de 64 para "construir" o que hoje a indigência da vida política nacional chama de uma "biografia". No frigir dos ovos, depois de alguns discursos primários e inflamados, nos dias da agitação, e da passagem pela clandestinidade e quartéis da "redentora", eis que retorna da Cuba do sanguinário Castro o escolado "guerrilheiro sem guerrilha", Zé, o enérgico conhecedor dos métodos soviéticos da espionagem e contra-espionagem, voltado, em território nacional, para a caça do poder, ainda que "republicano". De imediato, quem sabe pela falta de capacidade prática dos "intelectuais orgânicos" e dos "religiosos apóstatas" (todos ávidos pelo cômodo posto de "eminência parda"), forma com aliados um "núcleo duro" e toma de assalto, por dentro, o velho PT de guerra. Então, passa a fazer a arregimentação da militância radical, capaz de levar de roldão a tudo e a todos, tendo a frente, sem o menor constrangimento, a figura do boneco falante que ora se esfrangalha sob o nome-apelido de Lula da Silva. Foi uma teta!

Agora, sob a égide de tão desnorteante comando, pois Dirceu ainda manda com mão de ferro no PT e Lula no Planalto, o País submerge diante da mais infame crise dos tempos modernos. Não poderia ser de outro modo. Que se poderia esperar de dois aventureiros irresponsáveis, egos inflados e autistas, alheios à realidade, nutridos ambos na mitologia da violência utópica "transformadora"? Apenas, ao lado da gatunagem cara a todas as nomenklaturas instaladas no poder, o amontoado de mentiras e engodos que a dupla maléfica pretende impingir como verdade.

Só no Brasil.


Nota do Editor: Ipojuca Pontes é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.

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