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Opinião
19/08/2020 - 06h43
O respeito às autoridades e ao poder constituído
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Venho de um tempo em que a autoridade e a representação pública eram absolutamente respeitadas. O mandato chegava a ser reverenciado como delegação divina. Talvez venha dai a afirmação de que a voz do povo (que vota nas eleições) é a voz de Deus. Os clássicos esquerdistas de então - perseguidos porque o Partido Comunista estava na ilegalidade - tinham como maior objetivo chegar ao poder pelo voto. Pouquíssimos eram os simpáticos à linha guerrilheira de Mao Tsé-Tung e a outras formas violentas de conquista.

Com o tempo, a reprimida esquerda brasileira se fragmentou e cresceu a ambição do poder pela força. Jovens despreparados foram levados a pegar em armas na vã tentativa de derrubar o governo, muitos deles fascinados pela propaganda e ajuda cubana. Só não foram informados das diferenças de Brasil, China e Cuba daquele tempo. Foram vencidos.

Após 21 anos no poder, assumido a pedido do povo (temeroso da decantada ameaça comunista) e de atuar sob o rótulo democrático, os militares de 64 devolveram o poder aos civis. Os proscritos voltaram do exílio carregados de teorias e novas utopias. Embebedaram o povo de uma discutível idéia democrática. Sucederam-se governos ditos social-democratas onde floresceram as culturas de gênero, dos direitos sem deveres, negação do direito de propriedade, desobediência civil e da contestação sistemática da autoridade. O resultado só poderia ser a crise político-social que nos atingiu.

Afastados ou terminados governos, processados e encarcerados ex-governantes, ministros, parlamentares e executivos públicos e privados, ainda vivemos grandes controvérsias. O antagonismo político-social atua em permanente rebelião. A desconstrução da autoridade parece ser o objetivo primordial. Presidente da República, governadores, prefeitos, parlamentares e ministros - inclusive os das cortes superiores de Justiça - são diuturnamente atacados e ferozmente adjetivados. Grupos pedem a intervenção militar, outros pregam o impeachment de autoridades, artistas exacerbam em declarações ideológicas e o povo, atônito, não sabe no que e em quem acreditar.

O país precisa baixar a bola. Os eleitos ou nomeados têm missões a cumprir. É impatriótica e letal à Nação a tática de mantê-los sob pressão. Em vez de tentar fabricar crises e potencializá-las no movimento de massa, quem souber de algo irregular ou criminoso praticado pelos eleitos ou detentores de funções públicas tem o dever de denunciá-los no foro adequado. E os membros dessas instituições - legislativo, corregedorias e assemelhados - a obrigação de apurar para sanar dúvidas e, se for o caso, encaminhar providências.

Todo titular de mandato ou cargo é juridicamente capaz de exercê-los pois, para assumir, cumpriu extenso rol de exigências. Para as instituições poderem cumprir as finalidades, seus titulares e membros têm de voltar a ser acatados e respeitados, inclusive pelos adversários que, se quiserem, têm a possibilidade de concorrer nas eleições seguintes ou pleitear nomeação quando os cargos estiverem disponíveis. O calendário eleitoral estabelece claramente a época de campanha. Realizá-la fora daquele período, assim como insuflar o povo contra a autoridade e o poder constituído, é crime...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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