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SEÇÃO
Medicina e Saúde
30/08/2020 - 06h41
Fake news sobre alimentos
Lara Natacci e Vanderli Marchiori
 
Como lidar com informações duvidosas?

Durante toda a história de todos os tipos de transmissão de informações, as manchetes atraentes e intrigantes sempre constituíram uma forma de reter a atenção do público. Notícias falsas podem prejudicar o receptor de diversas maneiras, principalmente quando se trata de informações na área de ciência da saúde, uma vez que afetam uma questão sensível e muito íntima, que é a própria saúde do indivíduo.

Em sites de redes sociais, o alcance e os efeitos da disseminação da informação são significativamente amplificados e ocorrem em um ritmo tão rápido, que informações distorcidas, imprecisas ou falsas adquirem um tremendo potencial para causar impactos reais, em minutos, para milhões de usuários.

É importante salientar que as pessoas não confiam completamente nas informações na Internet, mas ainda é difícil ficar livre de sua influência. Isso quer dizer que muitas pessoas, através de seu senso crítico, tendem a considerar as informações on-line duvidosas e pouco confiáveis, mas a maioria delas ainda é influenciado. Essa influência é ainda maior se a pessoa já teve, anteriormente, contato com a suposta informação. A familiaridade desempenha um papel importante na crença sobre notícias falsas, e a repetição facilita o processamento rápido e fluente, o que implica que a afirmação repetida se torna “verdadeira”.

Como então podemos nos tornar mais críticos e sermos menos influenciados por notícias que podem prejudicar nossa saúde?

Elaboramos aqui algumas sugestões:

· Buscar profissionais referências no assunto: verificar a formação, área de atuação e experiência de quem escreveu sobre o assunto. Se possível, contatar o profissional (isso o Bem Estar faz muito bem).

· Consultar conselhos de classe, como o conselho de medicina ou de nutrição, por exemplo.

· Procurar textos de diretrizes e consensos, como por exemplo alguma Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Normalmente as diretrizes e consensos se baseiam na análise de diversos estudos sobre o tema abordado.

· Buscar orientações propostas por órgãos como ANVISA e Ministério da Saúde, que também são elaboradas após análise de várias pesquisas.

· Desconfiar quando a notícia tem um forte apelo emocional, com uma descrição de caso, por exemplo (ex. essa dieta mudou minha vida!).

· Estar ciente de que os navegadores de internet que existem ferramentas da web que bloqueiam informações com as quais o usuário discorda e exibem notícias de acordo com suas crenças. Tudo isso é baseado em algoritmos que possuem informações sobre o usuário, como localização, comportamento, cliques passados, histórico de pesquisa (você já entrou em um shopping e recebeu uma mensagem de promoção de uma loja?). E aí entram informações com apelo emocional, econômico, moral e não científico.

O profissional nutricionista é um profissional multifacetado e com várias e importantes inserções em diferentes ambientes e locais de trabalho. É o profissional mais competente para falar sobre alimento em qualquer aspecto.

Na área de produção de alimentos é vital a presença do profissional. Seu papel neste segmento compreende desde o desenvolvimento de produtos (no caso da indústria) até a adequação de portfólio com ajustes às necessidades do consumidor e às recomendações de ANVISA. Ser responsável técnico em uma empresa do ramo alimentício implica em não somente cuidar do produto, mas também desenvolver manuais de procedimento internos de qualidade e até mesmo produzir documentos de validação de segurança e qualidade de produto. Dentro deste mesmo segmento é possível ser responsável pelo departamento regulatório e assim discutir e implementar registros em nível nacional, com impacto na saúde da população.

Nas áreas de produção e varejo é também comum encontrar o nutricionista na função de speaker, atuando em comunicação e marketing. Aqui, seu papel principal é comunicar com responsabilidade e ética as características dos alimentos e também sua segurança e adequação de consumo. A comunicação responsável evita a propagação de fake news em alimentação e saúde, e desmistifica riscos inadequadamente associados ao consumo de alguns grupos alimentares específicos, transmitindo segurança aos produtores, ao comerciante e ao consumidor.


Nota do Editor: Lara Natacci - nutricionista, mestre e doutora pela Faculdade de Medicina da USP. Pós doutoranda pela Faculdade de Saúde Pública da USP, departamento de Nutrição. Certificada em Coaching de Saúde e Bem Estar pela Wellcoaches e American College of Sports and Medicine. Fez especialização em Transtornos Alimentares na Universidade de Paris V, em Bases Fisiológicas da Nutrição no Esporte pela UNIFESP e em Nutrição Clínica Funcional pela UNIB. Membro da comissão de Comunicação da SBAN. Diretora Clínica da Dietnet Nutrição, Saúde e Bem Estar. Autora de 6 livros e 8 e-books de nutrição. Vanderli Marchiori – nutricionista, especialista em Fitoterapia e com larga experiência em atendimento de pacientes com alergias. Realiza frequentemente palestras , cursos e atendimentos individuais e atua na docência e coordenação de cursos de Pós Graduação em Nutrição Funcional e Fitoterapia. Longa participação em Entidades: APAN, CRN , ABNE e atualmente APFIT. Pioneira em estudos de fitoterapia no Brasil, stakeholder da regulamentação do uso de plantas por nutricionistas. Fundadora da APFIT (Associação Paulista de Fitoterapia) e conselheira da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva. Idealizadora do CEFITOS (Centro de Estudos em Fitoterapia e Saúde).

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