Agora, que já temos a Covid-19 em curva descendente - embora não nos níveis que desejamos - colocam-se à mesa as discussões sobre a reabertura das escolas, que já estão fechadas há seis meses. O Estado de São Paulo autorizou a volta às aulas na próxima terça-feira, dia 8 cercada de medidas como o uso de máscara, distanciamento pessoal, não aglomeração e outras. Mas prefeitos, com Bruno Covas, da capital e os de outras cidades, não autorizam a medida, temerosos de que ainda não seja o momento e isso possa provocar nova alta na contaminação pelo coronavírus. A Unesco - órgão das Nações Unidas para educação e cultura - adverte que os alunos não podem ficar tanto tempo sem atividade. Mas uma boa parcela dos pais também teme mandar os filhos à escola. Uma pesquisa realizada para entidades do terceiro setor interessadas em ações durante a pandemia, analisam os resultados da volta às aulas em 20 países de diferentes continentes. Boa parte deles reabriu as escolas antes do comércio e parece não terem tido grandes problemas, apesar da apreensividade dos pais. Aqui no Brasil analisa-se que um dos fatores a trazer ruído hoje à volta das aulas é que muitos dos prefeitos chamados a decidir sobre o tema são candidatos à reeleição e, pelo que se depreende, estão receosos com a possibilidade de suas decisões prejudicá-los nas urnas. Temos os pais preocupados com a manutenção da saúde dos filhos. Os donos de escolas particulares, sem atividade, baixaram a renda e o número de alunos, e pressionam pelo direito ao trabalho. Já os professores da rede pública (que continuam recebendo salários) são dispostos a continuar em casa. Independente do interesse econômico ou pessoal dos segmentos, precisamos encontrar a melhor solução. Apesar das aulas à distância e outros paliativos, o currículo é composto por aulas presenciais. As autoridades sanitárias, educacionais, os professores e as famílias têm de se entender e fazer o que definirem como melhor para o aluno. Para evitar a aglomeração, poderão mesclar os sistemas - presencial e à distância - de forma a só levar à sala de aulas os que precisam da atividade presencial. O EAD (Ensjno à Distância) é hoje testado e consagrado nas universidades de todo o país e até nas internacionais mais afamadas. Infelizmente, a Covid-19 foi abordada com viés político-eleitoreiro em nosso país. A polarização em nada contribuiu e até o momento ninguém tem certeza de que as quarentenas, lockdonws e outras restrições impostas tiveram eficácia. Mesmo porque, com tudo isso, já temos 124 mil vítimas fatais a lamentar, outras ainda virão, além da Economia, que sofre grande impacto negativo. Até a questão do emprego de medicamentos foi irresponsavelmente tratada e já sofreu várias revisões. É conveniente que, pelo menos na questão da Educação, se atue com responsabilidade e as atitudes tomadas sejam as que tragam menos prejuízos educacionais e riscos de saúde aos estudantes. Todo o resto é irrelevante nesse momento... Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
|