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Opinião
09/09/2020 - 06h20
O guará, nossa nova unidade monetária
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O dinheiro, pela sua capacidade de facilitar as transações entre pessoas, empresas, nações e outros entes, tem poder incomum. Ao mesmo tempo em que traz o bem-estar, pode também escravizar e fazer mal. Existem aos milhares relatos de quem perdeu a vida por causa do dinheiro. Uns são assaltados e morrem (latrocínio), outros se tornam seus escravos guardando-o sem aproveitar seus benefícios. Mais recentemente vimos nosso país impactado pela corrupção, que é o ataque de indivíduos inescrupulosos ao dinheiro público, desviando-o para proveito próprio. Lembramos, ainda, das histórias contadas por nossos pais e avós sobre pessoas iletradas (até da própria família) que deixavam de utilizar o pouco dinheiro que conseguiam e o guardaram no pé-de-meia ou no colchão em busca de segurança e, com isso, conheceram a inflação na pior das formas; viram sua suada e empírica poupança torna-se um monte de papeis (ou moedas) sem valor. A história registra isso em todos os países que viveram sob inflação alta.

Na quarta-feira da semana passada (dia 2), o Banco Central colocou em circulação as cédulas de R$ 200, que trazem a figura e a cor (cinza) do lobo guará, animal típico dos cerrados da América do Sul (Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai) cujos exemplares são frequentemente encontrados perdidos nas cidades próximas ao seu habitatat. Sua escolha deu-se em pesquisa de opinião realizada pelo banco em 2001. Foram estampados 450 milhões de cédulas. Importante destacar que R$ 200 é a cédula de maior valor no meio circulante brasileiro que até agora tinha na ponta as de R$ 100. Roberto Campos Neto, presidente do BC, disse que a decisão de produzir a cédula de R$ 200 veio da necessidade de mais moeda em circulação causada pela demanda dos brasileiros que, no isolamento da pandemia de Covid 19, passaram a sacar mais dinheiro “vivo” para suas necessidades.

A nova cédula já começou a ser chamada de “um guará”. Logo, um guará vale R$ 200. Os bem-humorados brasileiros há muito tempo costumam apelidar o dinheiro. Ainda permanecem em nossa memória o “barão” (cédula de mil cruzeiros com a imagem do Barão do Rio Branco, que circulou entre 1978 e 89 e ensejou o bordão televisivo “lá vai barão”). Houve também o “Cabral” ou “abobrinha” (mil cruzeiros de 1963 a 70, que estampava a figura de Pedro Álvares Cabral e a cor de abóbora). Se retroceder, encontraremos muitos apelidos para as notas e moedas. Mas nosso dinheiro também é citado como “grana” (alusão a grãos, que agregam valor), dindim (reprodução do barulho que as moedas fazem ao cair sobre uma superfície). Existem outras designações, algumas delas que chegam a sugerir corrupção eleitoral e até suborno. É o dinheiro e sua mística.

O mais importante é que o “guará” possa bem cumprir sua finalidade e jamais sirva para atos ilegais e nem dê prejuízo aos seus manuseadores. Em tempo: dizia um velho mestre que existem, no ambiente social e econômico em que vivemos, coisas que custam exatamente o valor da maior unidade de dinheiro em circulação. Para estas, a chegada da cédula de R$ 200 provoca, de imediato, a astronômica inflação de 100%, já que a maior cédula até então era R$ 100. Ainda bem que são coisas aleatórias e sem o caráter de primeira necessidade...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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