Oftalmologistas defendem terapia preventiva
O diabetes é uma das principais causas de perda de visão antes dos 65 anos. Flávia Arakaki, jovem que há três anos sofre de uma forma agressiva de diabetes (tipo 1), acaba de receber alta do tratamento que vinha fazendo há um ano. A cada dois meses, aplicações de laser preveniam uma possível hemorragia ocular - o que certamente contribuiria para a perda parcial ou total da visão. "Uma vez que a pessoa se torna diabética, os problemas de visão podem ter início a qualquer momento. Daí a importância de um acompanhamento oftalmológico freqüente. Como o comprometimento da retina pode ser assintomático, sem alterações na qualidade da visão, o exame de fundo de olho é fundamental para detectar pontos e vasos sangüíneos propensos a romper e desencadear hemorragia", diz o médico Renato Neves, diretor da Eye Care Oftalmologia. Neves diz que pacientes com microaneurismas ou rompimento de capilares são os candidatos mais indicados ao tratamento de fotocoagulação a laser. "Esse tratamento específico para ’secar’ os vasinhos que podem comprometer a visão do diabético apresenta mais de 50% de sucesso, desacelerando o agravamento do quadro. As aplicações são realizadas em consultório, utilizando-se colírio anestésico. São indolores e o intervalo entre elas varia de paciente para paciente". Para quem sofre de retinopatia diabética proliferativa (RDP), os riscos de perder a visão são ainda maiores. O oftalmologista explica que, nesse caso, o tratamento a laser é um dos poucos recursos que podem controlar a neovascularização - que é comum nessas situações. "A RDP geralmente ocorre em pessoas que apresentam retinopatia diabética em estágio avançado, podendo levar à isquemia da retina - condição em que a irrigação e oxigenação são insuficientes ou nulas. Em casos muito graves, somente a vitrectomia (cirurgia para a substituição do vítreo) representa uma esperança de o paciente voltar a enxergar."
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