Quando falamos sobre educação, não podemos deixar de considerar os avanços e conquistas que o cenário brasileiro tem vivenciado. Contudo, sabemos ainda que tem muito a ser feito e que o caminho diante de nós é de grandes desafios a serem superados. E se as muitas conquistas que precisamos alcançar na educação exigem de nós uma série de fatores como conhecimento, adaptação, flexibilização e tantos outros. Como proporcionar educação ao surdo que por tanto tempo viveu e ainda vive às margens da sociedade que é majoritariamente ouvinte? Como podemos considerar a inclusão social do surdo neste cenário educacional e cultural? Sabemos também que em muitas escolas públicas e privadas em boa parte do país, não há uma educação que busca capacitar o surdo a aprender sua própria língua. Quanto mais capacitar a criança ouvinte na língua de sinais. Afinal de contas, quando falamos sobre inclusão, precisamos considerar também a partir da perspectiva do surdo. Apesar de ser grande a deficiência no ambiente educacional, e aqui abordo especificamente a inclusão do surdo, essa realidade começou a ganhar força de mudança quando ficou determinado pela lei 10.436 de 24 de abril de 2002, que Libras (Língua Brasileira de Sinais) seria reconhecida como língua oficial da comunidade surda do Brasil. A partir de então começamos a dar passos para que de fato o surdo ganhe “voz” em nossa sociedade. Entretanto, quando direcionamos nosso olhar para a realidade do surdo vivendo numa sociedade majoritariamente ouvinte, iremos conseguir perceber o enorme esforço que ele faz para ser incluído, em diversos aspectos da sociedade, seja econômico, cultural e educacional. Ainda que de maneira sucinta, abordamos sobre os avanços da educação, também sobre a realidade do surdo nos diferentes contextos sociais, e o esforço feito para que esta comunidade seja reconhecida ganhando visibilidade e voz. Mas o ouvinte? Qual tem sido o esforço por parte da sociedade ouvinte em aprender Libras para se comunicar e conviver mais com os surdos? Sabemos que essa é uma realidade um pouco distante. E mesmo que muitos não tenham este interesse, isto é, de aprender Libras, a lei brasileira está posta para se valer. Como também, instituições públicas e privadas se preparando cada vez mais para que seja muito melhor, e porque não dizer, mais ‘normal’ o convívio entre ouvintes e surdos usufruindo a mesma comunicação, a saber, Libras. Por tantos aspectos que aos poucos começam a ser considerados para a inclusão do surdo, é bom vislumbrar uma realidade, ainda que um pouco remota, onde o ouvinte se envolve de maneira ativa buscando conhecer a língua brasileira de sinais e com isso possibilitando de fato uma realidade em que a comunicação de Libras possa se fazer para todos os brasileiros. Nota do Editor: Leonardo Taveira é professor do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter.
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