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Opinião
15/08/2005 - 11h00
O culto à miséria
Ralph Rosário Solimeo - MSM
 

Há uma corrente, que cresce dia a dia, que prega o culto à miséria, ou o miserabilismo. É um movimento espalhado por vários países e que congrega intelectuais de esquerda, teólogos da libertação, ecologistas, indigenistas etc., que se fazem muito ativos, especialmente, nos diversos encontros do Fórum Social Mundial.

Principais defensores deste movimento no Brasil, e na América Latina em geral, são os leigos e religiosos ligados à teologia da libertação, que fazendo a leitura das Sagradas Escrituras usando das categorias marxistas, abominam a desigualdade natural entre os homens e proclamam que a causa causarum, (causa das causas), de todos os males, que afligem a sociedade e seus indivíduos, são as desigualdades econômicas.

Na busca do igualitarismo, sabendo ser impossível igualar todos os homens num mesmo padrão de riqueza, pregam que o homem deva ter as suas condições materiais reduzidas ao mínimo indispensável à sua sobrevivência, condenando como supérfluo e pecaminoso todo o progresso individual e a busca do conforto. Para eles "o pecado" não é a riqueza, mas as desigualdades; têm como lema que "a miséria repartida não é sentida".

Numa mistura de indigenismo com comunismo, defendem uma mudança radical da sociedade, propondo um modelo anarco-tribalista: uma sociedade sem Estado, igualitária, sem propriedade privada, praticando uma economia de subsistência e unida por frouxos laços de uma religião sem dogmas, sem clero formal, sem hierarquia - uma volta à cultura neolítica. Um dos próceres dessa corrente, teólogo brasileiro, que foi suspenso de suas ordens pelo Vaticano, assim se expressa: Construir uma sociedade "verdadeiramente comunista no sentido bíblico da palavra" não tem como meta "um socialismo da abundância, mas da pobreza".

Em nenhum texto do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo encontramos guarida para tais interpretações, muito pelo contrário. Jesus prega a pobreza como uma forma de sacrifício, voluntário e individual, como um dos instrumentos para se adquirir mais méritos perante Deus e não como um comportamento obrigatório e condição única para se alcançar o Céu, como se houvesse uma relação direta entre a pobreza e a salvação eterna.

Durante a Sua pregação, Jesus não condena a riqueza em si, o conforto e o progresso individual, mas o mau uso que deles se faça. Isto se pode depreender de suas inúmeras parábolas como na do filho pródigo: "... Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei-me, também um novilho gordo e matai-º.."(Lc 15, 22-23) na parábola dos dez talentos, em que é condenado aquele servo que não se preocupou em multiplicar o seu ganho. (Mt 25, 14-30) etc.

Pecado não é: ter a abundância de bens, mas ser egoísta e ganancioso; gozar do conforto, mas usar de soberba e de ostentação; comer bem e fartamente, mas a gula; cultivar a elegância e a beleza, mas o orgulho e a vaidade. Pecado, enfim, não é ser rico ou pobre, mas não amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo com a si mesmo.

O culto à miséria, com a sua ode à feiúra e ao igualitarismo, nega a beleza e a perfeição da Criação Divina, em que na unidade de cada espécie, reside a diversidade entre os seus indivíduos: assim como não há duas rosas absolutamente iguais, também, com muito mais razão, não se pode pretender igualar os homens, eis que não possuem todos o mesmo engenho, arte ou interesses e, principalmente, porque podem fazer uso livre da inteligência e da vontade na busca do seu vir a ser.

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