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Opinião
09/10/2020 - 06h37
O novo normal da economia e do trabalho
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A Covid-19 trouxe mais do que se poderia chamar de cuidados nas relações entre as pessoas e instituições. Evitar a promiscuidade - sem qualquer conotação rasteira ao termo - é algo que sempre nos foi aconselhado desde a mais tenra idade. Também já eram conhecidas na pré-pandemia as questões trabalhistas e sociais que, diante do risco de iminente infestação, tornaram-se prioritárias. É por isso que uma série de comportamentos adquiridos durante ou em paralelo à quarentena, lockdowns e demais restrições sanitárias jamais serão revertidos. Teremos de com eles conviver por anos e, em alguns casos, para sempre, queiram ou não os cultores das políticas sociais e trabalhistas que fizeram do Brasil um dos mais mastodônticos países na área.

Os empresários de todos os setores descobriram que é mais barato manter parte da equipe em home-office. Comerciantes e até industriais encontraram no comércio virtual a alternativa de custo e problemas menores do que as vendas presenciais. As escolas, apesar de todas as dificuldades de adaptação, também acharam o formato das aulas à distância que podem chegar ao aluno pelo computador, tablet, celular ou smart TV ou que, ainda, ser distribuídas por pendrives e cartões. Essa e outras modernidades apressadas pela impossibilidade da presença de trabalhadores e clientes nos locais de prestação dos serviços - queiram ou não os imobilistas e saudosistas - vieram para ficar. Se não ficarem por bem, ficarão por mal, mas ficarão.

Terminada a pandemia, cada setor vai se acomodar da melhor e mais econômica forma. Quem trabalha em casa, por exemplo, contabilizará a vantagem de não gastar e nem perder tempo em transporte, não precisar de uniformes e roupas sociais sofisticadas e outras e tomar conta da casa e dos filhos. Os estabelecimentos ocuparão menor área construída e consequentemente diminuirão os gastos com eletricidade, aluguéis e serviços estruturais. Até as cidades lucrarão porque com menos gente e veículos circulando, baixarão os congestionamentos e outros problemas urbanos. No serviço público também haverá mudanças, uma vez incorporada a tecnologia. Os bancos já deram formidável exemplo de mudança de como eram suas agências há alguns anos e de como são hoje e, ainda, como serão a partir da implantação do PIX, o sistema de transferência de valores do Banco Central, que começa a operar em 16 de novembro.

Com toda essa modernização, devemos nos preparar. Especialmente os trabalhadores que já não podem mais contar com o paternalismo trabalhista que, mercê das verbas públicas, fez florescer mais de 16 mil sindicatos pelo país. Hoje, para sobreviver, o sindicato tem de prestar serviços que motivem o trabalhador a pagar a mensalidade. Mas existem coisas antigas que ainda continuam atuais e, para o bem geral, devem ser observadas. A principal delas é o conselho que ouvi, ainda jovenzinho, do chefe do meu primeiro emprego: Não falte ao trabalho, porque o patrão poderá chegar à conclusão de que você não faz falta.

Professores e outros servidores públicos e privados que têm feito o máximo, inclusive recorrido à Justiça, para se manter em quarentena, precisam pensar nisso. Se a máxima do meu primeiro chefe for lembrada, eles poderão, mercê do avanço tecnológico, ter problemas, sérios problemas... Mais sérios do que podem imaginar...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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