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Opinião
20/08/2005 - 16h09
ISO sim
Luciano Pires
 

Se eu quiser exercer medicina, não posso. Preciso do diploma, obtido depois de pelo menos sete anos de estudo. Se eu quiser advogar, não posso. Preciso de diploma e exame da Ordem dos Advogados. Se eu quiser "engenheirar", não posso. Preciso do diploma de engenheiro. Se eu quiser ser gari, não posso. Tenho que ter diplomas básicos e passar por um teste físico.

Mas se eu quiser ser vereador, deputado, senador ou presidente da república, posso. Ninguém me pede credenciais. Diplomas. Nem mesmo testes físicos.

Daí o deprimente espetáculo que assistimos, protagonizado por atores que elegemos, vários deles falando um português sofrível, revelando valores morais questionáveis e praticando a política do balcão de trocas.

Pois tive uma idéia que nem original deve ser: a ISO Política.

A série ISO é uma família de padrões de gerenciamento da qualidade desenvolvidos em 1987. Um escritório central em Genebra coordena o sistema e publica os padrões que medem a qualidade dos sistemas de gerenciamento, em vez de produtos ou serviços específicos. A certificação ISO garante que a empresa tem um sistema de gerenciamento de qualidade adequado que atende aos padrões internacionais. Para a sua certificação, as empresas devem comprovar aos auditores da ISO que documentaram criteriosamente os seus processos e seguem esse sistema de forma consistente. Muitos órgãos governamentais e empresas em todo o mundo exigem conformidade com padrões ISO em várias de suas compras. E de tempos em tempos as empresas têm que se recertificar, comprovando que mantêm os processos alinhados aos padrões.

A ISO é responsável por uma evolução sem precedentes do padrão de qualidade dos produtos e serviços brasileiros desde o início dos anos 90.

E que tal criar uma ISO Política? Uma instituição como a Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, desenvolveria os padrões para quem quer se dedicar a cargos públicos. Qualquer candidato a vereador, deputado, senador etc. teria que se submeter aos auditores da ISO Política. E precisaria ter noções de política. Economia. Português. Administração. Ética. Atendimento a clientes. Leis. Política...

E a ISO Política seria anunciada maciçamente. Um selo de qualidade.

Quem banca? Nós. Eu. Você. Com o maior gosto. O custo desse processo seria infinitamente menor que os prejuízos hoje causados pela incompetência e má fé dos ilustres representantes por nós eleitos.

Só voto em quem tem ISO.

É claro que o certificado não garante que o produto final seja exatamente aquele que o cliente deseja. Mas garante que todo o processo é controlado, que a qualidade é consistente. Garante confiabilidade.

Confiabilidade... Exatamente aquilo que o diploma de médico, engenheiro e advogado representa.

Exatamente aquilo que anda em falta no país tropical.


Nota do Editor: Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista e cartunista.

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