Passei a noite e parte da madrugada com asma. Braba. Depois que ela deu tchau veio a danada da insônia. Não é novidade mas desta vez foi mais forte. Mas, graças a Deus, passou e ainda consegui dormir umas duas ou três horas. Na sessão insônia, ainda trêmulo devido aos remédios, fiquei refletindo sobre a vida, afinal é algo que não arranca tampo e é como caldo de galinha não faz mal a ninguém, nem a asmático crônico. Que pensei? Ora, que a vida, apesar dos pesares e de ser fugaz, apesar até das maldades humanas e do coronavírus, é bela, belíssima. Como flui incessantemente é recomendável tirar dela o que for possível, raspar o tacho da vida, viver intensamente, sem grilos, sem frescura, sem medo, sempre lembrando o que disse Chaplin: "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, dance e ria, e viva intensamente antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos". Também, nessa reflexão forçada pela insônia pensei na babaquice tremenda de algumas pessoas que têm um medo abissal, quase pânico, de envelhecer. E quando isso acontece tentam de todas as formas esconder esse fato natural, se fantasiam de jovens, mudam de personalidade e até se submetem a operações plásticas. Mas não conseguem disfarçar a realidade. Envelhecer e irreversível. Eu acho lindo o envelhecimento. Juro. Com sempre faço quando abordo o tema do envelhecimento, como o que escreveu Dom Hélder Câmara: "Se sentirem que os anos passam, e a mocidade se vai, peçam a Deus, para si e para os que se tornam menos jovens, a graça de envelhecer como os vinhos envelhecem - tornando-se melhores - e, sobretudo, a graça de, envelhecendo, não virar vinagre". Absolutamente correto. Bingo. Inté.
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