Estou reduzindo minhas leituras sobre a política nacional e até sobre a pandemia. Cansei, confesso. Não dá para ficar lendo, vendo e ouvindo esse samba de uma nota só, e ficando irritado, triste e revoltado. Sou um homem velho, setenta e lá vai fumaça. Já dei a minha contribuição. Não tenho mais forças e nem condições de lutar e nem de participar de nenhum tipo de movimento. Não estou entregando os pontos. Não. Estou sendo realista: não influo e nem contribuo com nada. Assim, o que posso fazer é ficar no meu cantinho lendo e relendo meus queridos livros, assistindo a filmes antigos, ouvindo a trilha sonora da minha vida e recordando o passado.

Não nego que sou alguém decepcionado com o Brasil. Principalmente com a sociedade, com as pessoas que poderiam ser mais conscientes e pensar mais no seu país e nos mais pobres.

Só quem é muito frio e incapaz do gesto da solidariedade ainda nega que o país está em transe. Que a situação do país é grave. Se 2020 foi ruim, 2021 poderá repetir a dose e até... ser pior. Nós não temos estadistas e nem uma sociedade de verdade.

Há uma frase de um economista bengali, Prêmio Nobel da Paz. Mohammad Yunes que cai como uma luva para descrever o momento que vivemos no nosso Brasil: "Estamos numa grande festa numa casa em chamas". Inté.