Nada contra quem prefere ler livros na telinha do computador. O teor é o mesmo. No entanto, para mim livro tem que ser impresso. Tudo bem, aceito que sou um homem antiguado e que reage contra as novas tecnologias. Não uso twitter, face e nem celular moderno (o meu é os mais antigos e só uso para falar com uma filha que mora no interior). Sou, sou um reacionário, um dinossauro, um véio caduco e matuto.

Vejam bem, gosto de alisar os livros passar as páginas com carinho, sublinhar trechos, fazer anotações nas margens das páginas. Ler deitado, de banda, como quero, sem ligar botão, sem me preocupar com energia, quando falta luz leio até à luz de velas. Sou alvo até de piadas de irmãos e amigos fissurados na tecnologia.

Compreendo que sou alguém atrasado, estou conformado e até satisfeito por ser assim. Não desejo mudar. Mesmo que o livro impresso seja abolido eu continuaria relendo os livros impressos. Gosto de chamegar com os livros. Dia desses encontrei numa crônica de Umberto Eco um trecho que adorei e tem tudo a ver com o que estou dizendo: "... Em suma, ocorre com a coleção de livros aquilo que ocorre com as coleções de selos. Certamente o colecionador tem peças que valem uma fortuna, mas eu, quando menino, comprava na papelaria alguns envelopes com dez ou vinte selos sortidos e passava tardes e mais tardes sonhando com Madagascar e com as ilhas Fiji debruçado nos retangulinhos multicoloridos, seguramente não raros, uma fábula. Que nostalgia". Bingo. Inté.