Pedalar facilita o bombeamento do sangue das pernas de volta ao coração
Menos trânsito e poluição em troca de mais saúde e boa forma são os ganhos de quem deixa o carro em casa e dá preferência à bicicleta na hora de sair para trabalhar ou passear. "Os benefícios começam pelo sistema circulatório: ao pedalar, você movimenta as panturrilhas e incentiva o bombeamento do sangue das pernas de volta ao coração", explica o cirurgião vascular paulista Kasuo Miyake, ele mesmo um ciclista amador que, quando pode, percorre de bicicleta o trajeto entre sua casa e o consultório, ambos na zona Sul de São Paulo. "É muito mais saudável e prazeroso, além de diminuir o número de carros circulando pela cidade", diz. Pedalando a uma velocidade bem moderada (9 km/hora), é possível queimar cerca de 110 calorias a cada 30 minutos. No trânsito, é fácil pedalar a 15 km/h, o que aumenta o gasto calórico. O número de adeptos da prática vem crescendo. O Night Bikers, por exemplo, começou nos anos 80 com um grupo de amigos e hoje tem mais de 2.500 sócios, que pedalam pela noite paulistana. Os encontros Pedala São Paulo, promovidos pela prefeitura da cidade, chegam a reunir 1.200 participantes. O Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre) estima que existam cerca de 45 milhões de bicicletas em uso no Brasil. A cada ano, 4,5 milhões de novas unidades são comercializadas. Miyake explica que os dias frios são ideais para quem quer começar a se aventurar no ciclismo. "Só é importante que o ciclista não se esqueça de ingerir bastante líquido antes, durante e depois do exercício e não pedale em jejum ou com o estômago cheio", diz o médico. Para que a prática seja segura, é preciso usar capacete e luvas, além acoplar à bicicleta luz de segurança atrás e na frente, retrovisor e buzina. É bom, ainda, iniciar com trajetos curtos e pouco movimentados. A preocupação maior dos ciclistas, no entanto, deve ser com o trânsito: são poucos os motoristas brasileiros que respeitam as bicicletas, como prevê o código brasileiro de trânsito, ao contrário de outros países na Europa e na Ásia, por exemplo, em que esse meio de transporte tem preferência.
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