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Opinião
22/04/2021 - 07h19
Tecnologia: combate a escassez de água no planeta
Hélio Samora
 
Como a tecnologia pode ajudar a combater a escassez de água no planeta

Atualmente, quase 28% da população mundial, algo como 2,2 bilhões, vive sem acesso contínuo à água potável e 55% (4,2 bilhões de pessoas) carece de saneamento gerenciado de forma segura. Mesmo em países desenvolvidos como os EUA, por exemplo, mais de dois milhões de pessoas sofrem devido à falta de água tratada, de acordo com a Waterkeeper Alliance.

A ONU, várias organizações internacionais do setor de água e dezenas de países do mundo estão concentrando esforços e investimentos para apoiar o cumprimento da meta número 6 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS - tradução do original Sustainable Development Goals) - plano criado para alcançar a meta de um futuro mais sustentável para todos. No entanto, mesmo antes de o mundo ser atingido pela Covid-19, estávamos longe de atingir a meta de garantir água e saneamento para todos até 2030. Uma pergunta que sempre me vem à cabeça é: por que somos tão bons em resolver problemas complexos, em enviar foguetes ao espaço, criar robôs e veículos autônomos, e até mesmo criar, em tempo recorde, várias vacinas contra um novo vírus mortal, e ao mesmo tempo não conseguimos resolver um problema contínuo que é fornecer água potável para a população mundial?

Precisamos entender que a água do planeta é um recurso finito e apenas 1% é adequada para o consumo humano. E mesmo com investimentos consideráveis em tecnologias de dessalinização da água do mar, essa alternativa ainda é muito cara e limitada a poucos países e regiões do mundo. De toda água consumível retirada de rios, lagos, nascentes, poços, entre outros, cerca de 70% desse total são destinados à produção de alimentos (irrigação agrícola e pecuária); 20% são utilizados nas indústrias de transformação e na produção de tudo o que consumimos, como alimentos industrializados, roupas, medicamentos, automóveis etc. Qualquer processo industrial utiliza água e apenas 10% é usado para consumo humano.

O mundo enfrenta diversos desafios relacionados ao abastecimento, como escassez, distribuição irregular, períodos prolongados de estiagem, poluição de mananciais, desmatamento nas margens dos rios etc. Além disso, existem desafios na coleta, tratamento e distribuição de água que variam de país para país. Vale ressaltar ainda que a falta de uma regulamentação governamental forte e da conscientização da população sobre a importância desse tema também são grandes desafios.

Outra questão relevante é o envelhecimento da rede de distribuição responsável por levar a água das fontes para as estações de tratamento e, por fim, para nossas casas e empresas. Nas companhias de saneamento, está ocorrendo o uso crescente de sensores, dispositivos de internet das coisas (IoT) e tecnologias de monitoramento para detectar vazamentos nas redes de distribuição de água em tempo real; além de softwares de inteligência artificial (AI) incorporados às melhores práticas operacionais para identificação, priorização, georreferenciamento e gerenciamento sistemático de vazamentos e consumo de água não contabilizado, e gerenciamento de equipes de manutenção de campo para reparar os vazamentos e substituir os medidores danificados ou fraudados. Do ponto de vista do consumidor há diversos aplicativos que têm como foco o engajamento da população com a concessionária de água para aumentar a conscientização sobre o problema da escassez, além de reportar problemas operacionais.

A escassez de água é um problema global crítico para a nossa geração e para as futuras. Mas é importante considerar que novas tecnologias estão sendo desenvolvidas a uma velocidade incrível e as empresas do setor estão usando dados de sensores e IoT para entender melhor o problema e monitorar e coletar dados que ajudarão as sofisticadas ferramentas de inteligência artificial a propor soluções para aumentar a disponibilidade e a qualidade da água, reduzir as perdas, e aumentar a reutilização de água nas residências, nas indústrias e nas empresas.

No futuro não tão distante, veremos casas, redes de distribuição, empresas e até cidades inteiras com conexão inteligente gerenciando melhor este recurso vital chamado Água. Para finalizar, acredito que seremos capazes de fornecer água para toda a população do mundo, mas exigirá enormes investimentos, muito trabalho, determinação e tecnologia, muita tecnologia.


Nota do Editor: Hélio Samora é engenheiro mecânico, com mais de 30 anos de experiência na indústria de tecnologia, e CEO da startup SmartAcqua (smartacqua.com), com sede na Flórida (EUA) e escritório no Brasil.

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