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Crônicas
25/04/2021 - 06h22
Bode na sala
Dartagnan Ferraz
 

Estava na cadeira de balanço rangedeira assuntando a maçaranduba do tempo, me poupando um pouco dos noticiários que só falam na pandemia, insuficiência de vacinas, confusão de governantes, CPI e patati-patatá. Dei uma viajada pelos mares do passado (mar no sertão?) e lembrei de algumas besteiras que já fiz na vida, inclusive do tipo molecagem.

Vou contar uma dessas molecagens. Era o tempo do finzinho da ditadura, até no interior já havia contestação à ditadura. Eu era do MDB, fazia parte da esquerda festiva matuta, na boemia, porres, conversando besteira nas farras, sempre perpetrando algum tipo de molecagem.

Pois bem, um dia eu estava com os amigos num boteco e conversa vai e conversa vem, falou-se mal da maçonaria. Na patota todos eram contra a maçonaria. Na verdade maçom nunca é boêmio. Então cada um dava seu pitaco, e um disse que o pior é que nessa sociedade era proibido a participação das mulheres. "Aí tem...", especularam alguns. Eu já estava pra lá de Bagdá e mandei ver: "Soube que é porque tem um bode lá dentro numa sala escura que entrevista os caras, e dizem que ele é bem dotado, e o nome dele era Bode Zé (me lembrei de uma novela). Imaginem a risadaria. Só que numa mesa dos fundos estavam dois maçons, eles não gostavam de mim. Eles se retiraram imediatamente, foi quando os vi, mas apenas ri.

Na segunda-feira, o caso fora na sexta à noite, estava no banco atendendo o povo da zona rural, quando o telefone tocou, era o gerente me pedindo para dar um pulo na gerência. Fui. Quando cheguei lá estavam os dois maçons sentados e de cara amarrada como quem engoliu uma ferramenta. O gerente foi ao ponto: - William (meu nome oficial), esses dois senhores vieram fazer uma denúncia grave contra você, eles afirmaram que na última sexta-feira à noite você teria difamado a maçonaria com termos chulos, eles querem que eu encaminhe a denúncia à Direção Geral.

Sou um cara esquentado, mas fiquei absolutamente calmo e então me lembrei do Bode Zé, resolvi aplicar a técnica bode na sala. Soltou o bode todo mundo corre. Mandei ver: "Tudo bem, mas a denúncia desses dois dedos-duros tem que subir para a a Sede acompanhada da minha defesa, da declaração do Senhor Bispo Diocesano e de várias pessoas da cidade. Explico: vou na minha defesa dizer que afirmei o que a maioria do povo diz nas ruas, e vou anexar o que o bispo escreveu no jornal. Tem mais, estamos quase na democracia, tenho direito de exercer meu direito de lazer sem dar satisfações a quem quer que seja. Vou também afirmar na minha carta que você queria entrar na maçonaria mas sua mulher não deixou". Ficaram todos constrangidos, o gerente encabulado, os dois dedos-duros naquele não é bem assim, não queremos lhe prejudicar... Não quis ouvir mais, me retirei. E o caso morreu ali.

Mas se o tempo voltasse jamais faria essa molecagem. Inté

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