Arthur Carlos      Urubus.

Dentro da área da Transpetro em São Sebastião (SP), existe uma pista que segue por todos os extremos das instalações, onde funcionários e prestadores de serviço percorrem à pé ou de carro.

O terminal recebe combustíveis que chegam em navios, abastece os tanques, e transfere através de oleodutos para as principais refinarias do Brasil.

Nessa pista, dentro da área, tem uma curva conhecida como “Curva do Urubu”, diariamente vários urubus ficam no local.

Essa curva se localiza em frente ao terreno que durante muitos anos foi usado como Matadouro Municipal. 

A culinária caiçara por causa dos peixes, crustáceos e moluscos em abundância, demorou para absorver a carne de porco e de boi, as aves vieram primeiro.

Em São Franciso da Praia meu avô Joaquim Puertas vendia o “boi inteiro”. Primeiro oferecia para os conhecidos, e quando o boi já estava todo vendido, ele seguia até Paraibuna, trazia o boi, para depois matar. Mais tarde teve um açougue com a ajuda dos filhos.

A professora Neide Palumbo, contadora de causos caiçaras, registrou num dos seus causos que: “toda vez que vinha da Topolândia passava pelo Matadouro”.

Seu Deodato tinha boi de leite e de corte, vendia os garrotes até para moradores da Ilha que vinham de caminhão e levavam os bois no ferry boat para Ilhabela.

Por muitos anos foi assim, até a chegada dos primeiros açougues.

Ainda hoje os urubus ocupam essa região, como uma lembrança do Matadouro Municipal que havia no local.