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Eva Esperança Silva é natural de Ilhabela (SP), filha de mãe escrava e pai português, foi parteira e contribuiu por mais de meio século para trazer novas vidas à cidade. As mulheres até a década de 60, do século passado, eram atendidas somente por parteiras. Com uma família numerosa, teve 26 filhos, trouxe a tradição da Congada de São Benedito de herança da sua mãe, que já era responsável pela Ucharia. A “Ucharia” significa “despensa da casa real” e remete ao lugar onde é tradicionalmente servido o almoço dos congueiros, festeiros, familiares e todos os convidados durante os dias de Festa da Congada de São Benedito. O fogão de três pedras (tacurubas) é montado no primeiro dia e através de doações por devoção e promessa, a comida é farta, produzida em grandes panelões. Além de manter a tradição da Congada dona Eva Esperança foi uma das responsáveis pela construção da Capela São João Batista, no Perequê, em Ilhabela. Em 2021 a Prefeitura Municipal de Ilhabela desapropriou a casa onde dona Eva Esperança morou desde jovem, no bairro do Perequê. Esse espaço, construído de pau-a-pique sobre alicerces de pedra, será transformado no espaço cultural “Casa Eva Esperança”, um reconhecimento a importância do seu trabalho.
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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