Nunca me passou pela cabeça bancar o bambambã. Graças a Deus sempre fui consciente das minhas limitações. tanto físicas (devido à asma crônica) como no tocante ao intelecto - sou um sujeito sem lenço e sem documento, sem formação superior e, portanto, sem uma cultura sólida. No entanto, apesar disso, sempre fui alguém que preservou - e preserva - dentro das suas limitações, lógico, a sua independência e nunca fez parte de nenhuma manada. Sim, sou um dissidente inveterado, um empata-samba, tipo mosca na sopa. Sempre lembro aquele causo do náufrago que foi salvo na praia e assim que pode falar perguntou aos salvadores se havia governo, cientificado que havia, disse que era contra. Não, não gosto de prato feito, palavras de ordem, linha partidária, prevalência da maioria, minoria ter que abaixar a cabeça. Discordo mesmo sabendo que minha discordância não serve para nada, mas pelo menos atendo à minha consciência e isso me basta. Sempre fui da esquerda, mas sou um dissidente e não exalto líderes e nem sou de bater palmas e nem uivar. Sei que por conta das minhas idiossincrasias (gostaram da palavrinha?) arrumei desafetos, até do meu lado político. Tem nada não, não e arranca tampo. Prefiro ser tipo cavaleiro solitário. No mais, sempre que me censuram por discordar e me pedem para aceitar as linhas partidárias e outras babaquices, respondo com uns versos de José Régo: "Ah, que ninguém me dê piedosas intenções! / Ninguém me peça definições! / Ninguém me diga: - Vem por aqui! / A minha vida é um vendaval que se soltou! / É mais uma onda que se alevantou. / É um átomo a mais que se animou... / Não sei por onde vou / Não sei para onde / - Sei que não vou por aí". Inté.
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