Pessoas são tão diferentes que até a definição de certos conceitos diferem também, dependendo de quem analisa. Conheço uma senhora cega que diz não entender porque os videntes acham que ela é infeliz. Ficou cega aos 15 anos e hoje tem 80 anos. É ativa, participa de reuniões beneficentes, acompanha noticiário em telejornais, e discute. Chega a ser ativista pelas tantas mensagens que envia aos conhecidos. No telefone fala e defende seus pensamentos com unhas e dentes.

Fico pensando quantas amigas amarguradas porque envelheceram e não aceitam a vida que os netos levam. Não aceitam a idade e se afastam dos meios sociais como se rugas nos deixassem mais ignorantes. Algumas, em determinado momento, chegam a dizer que não falaram o que pensavam para não se expor ao ridículo. Posso estar errada, mas acho que esse tipo de pensamento tem limite. Eu classifico como infelizes os que tendo tudo, e ainda certa juventude, vivem se queixando da vida e dos obstáculos que o mundo nos oferece. Eu os classifico como mal amados, pois a felicidade, no fundo, tem a ver com o que achamos que os outros pensam.